Inserida em um contexto de educação ambiental, a jiboia batizada de Rachel Carson, considerada a embaixadora da conscientização ambiental no Bioparque Pantanal, foi apresentada na última terça-feira (5), aos visitantes do complexo no retorno das visitas escolares. A serpente amazônica que não pode ser reinserida na natureza ganhou uma segunda chance no maior aquário de água doce do mundo.
Antes de ser levada ao Bioparque, a cobra vivia em um circo no município de Amambai. O animal foi apreendido pela Polícia Militar Ambiental (PMA), pois em Mato Grosso do Sul é proibida atividades circenses com uso de animais. A serpente perdeu seus extintos naturais e de defesa, em virtude da interação contínua com humanos durante as atrações circenses e, por este motivo, seria facilmente predada na natureza.
O nome do animal é uma homenagem à bióloga marinha, Rachel Carson, considerada mãe do ambientalismo e precursora da educação ambiental, um dos principais pilares do Bioparque,
A permanência do animal no Bioparque reforçará importantes pautas ambientais, dentre outras, a conscientização sobre os danos e impactos negativos da soltura de animais exóticos fora de sua região de origem, tráfico ilegal de animais silvestres e desequilíbrio ambiental oriundo de matanças desnecessárias.
Saúde e bem-estar animal
Para garantir a saúde e o bem-estar do animal no empreendimento, a cenógrafa responsável pela idealização e ambientação do recinto, Diretora-Geral Maria Fernanda Balestieiri, se preocupou com os detalhes para assegurar à Rachel um ambiente que remetesse as características de seu habitat natural, além de ter sido cumprido integralmente os critérios exigidos pela normativa do Ibama.
Para tanto, o recinto conta com troncos, plantas, área molhada,toca com tapete aquecido (espaço de fuga), ambiente climatizado, substratos (areia, pedra e cascas) e lâmpadas UVA e UVB. Além disso, atividades de banho de sol são realizados para que Rachel tenha a oportunidade de explorar um ambiente externo com estímulos olfativos, sonoros e sensitivos.
“Trata-se de um recinto sustentável, criado a partir de resíduos sólidos de construção civil, galhos e troncos oriundos de podas e quedas provocadas por temporais”, explica.
Ainda segundo Maria Fernanda, promover a educação ambiental é a chave para conscientizar as pessoas sobre a importância das serpentes e o papel vital que desempenham nos ecossistemas.
“Através da divulgação de informações precisas e do incentivo ao respeito por todas as formas de vida, podemos construir uma sociedade mais consciente e comprometida com a preservação da natureza”.
Além do conforto oferecido no recinto, a serpente receberá cuidados da equipe de manejo, nutrição e bem-estar animal composta por médicos veterinários, biólogos e zootecnistas, que realizarão biomonitoramentos constantes a fim de proporcionar uma vida nova com qualidade, seguindo protocolos já validados.