Delcídio responde a Gilmar Mendes e anuncia livro sobre os bastidores da política brasileira “daremos nomes aos bois”

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  • Post publicado:22 de fevereiro de 2024
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O ex-senador Delcídio do Amaral (PRD) rebateu veementemente as acusações proferidas pelo decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, que o rotulou como “um grande mentiroso, dita em entrevista concedida ao Brazil Journal nesta quarta-feira, 21 de fevereiro.

Em sua resposta, o político sul-mato-grossense apontou o próprio judiciário como responsável por toda a fabricação da mentira em que foi envolvido, especificamente referindo-se ao episódio em que foi detido sob a alegação de tentar obstruir a justiça com a suposta compra do silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró.

Delcídio afirmou que o suposto flagrante que resultou em sua prisão, em novembro de 2015, foi uma montagem perpetrada pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pelo ex-procurador da República, Marcelo Miller e ratificada pelo ex-ministro Teori Zavaski,relator da Operação Lava Jato no STF.

O problema não é em si a intenção ou o perímetro da lava jato, mas a fronteira que o Judiciário rompeu com ela”,disse.

Ele enfatizou que foi absolvido da denúncia pela Justiça Federal do Distrito Federal, destacando não haver outra versão para a história senão a sua absolvição.

“Contestar a maior ‘aberração jurídica’ de que fui vítima, e a própria justiça reconheceu isso? Depois de transitado em julgado? Faça-me o favor!”, reagiu o presidente Estadual do PRD.

O ex-senador não poupou críticas a armação da qual foi vítima, questionando a necessidade de contestar um erro tão flagrante que já foi reconhecido pela própria justiça após o trânsito em julgado.

“Flagrante forjado quem fez foi o Janot e ratificada pelo Teori! A mentira foi toda construída pelo judiciário, não existe outra história!”  acrescentou.

Livro Bomba

Ao reafirmar seu posicionamento frente ao que considera um dos grandes erros jurídicos do país, Delcídio informou que estará lançando em breve, seu livro “Queda da Bastilha” e revelará detalhes dos bastidores da política brasileira, prometendo nomear os responsáveis pelas tramas políticas e jurídicas que o envolveram.

Delcídio sugeriu que seu livro será um sucesso pessoal e uma fonte de preocupação para outras pessoas, antecipando que as revelações trarão consequências incômodas para muitos políticos e autoridades brasileiras.

Meu livro bomba, que sai esse ano, dará “nome aos bois”. Será um sucesso para mim e uma “dor de cabeça grande para outros” Nada como o tempo!”, garantiu.

Processo contra Miller

O ex-senador também mencionou que processou o ex-procurador da República, Marcelo Miller, acusado de conduta imprópria. Delcídio destacou que o processo foi uma resposta às supostas ilegalidades cometidas por Miller na construção da narrativa falsa que envolveu seu caso.

Não posso esquecer desse outro “mentiroso”, devidamente processado por todas as ilegalidades que cometeu na construção da mentira que esse segmento do judiciário forjou!, completou.

marcelo miller
Ex-procurador da República, Marcelo Miller

Em 2016, no auge do processo, a jornalista Vera Magalhães, detalhou em seu blog na Joven Pan, o esquema desastroso encabeçado por Miller, que teria orientado os passos dos “denunciantes” de como conduzir as conversas e gravações forjadas para serem apresentadas como “provas” perante a justiça.

“Eu fiz esta matéria aqui e mostrei um depoimento do Nestor Cerveró em que ele diz textualmente que o filho dele, Bernardo, foi orientado, a palavra usada por ele, pelo procurador Marcello Miller para gravar a conversa com Delcídio do Amaral”, diz o trecho da entrevista que pode ser vista abaixo.

Vera Magalhães: "Não é lambança, é mentira. Não é lambança, é crime"

Apesar de tentar argumentar e criar um cenário mais ameno para a farsa montada pelo judiciário na Operação Lava Jato, ao final da entrevista, o Ministro reconheceu: “Constituiu-se um grande erro judiciário”, afirmou Gilmar Mendes ao lembrar das “provas criadas” pela operação Lava Jato.

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