Ex-diretor da Gaviões tinha vida de luxo e até ‘chofer’ na Bolívia, diz MP

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Elvis Riola de Andrade, o Cantor, ex-diretor da Gaviões da Fiel Imagem: Reprodução
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  • Post publicado:29 de janeiro de 2024

Elvis Riola de Andrade, 46, o Cantor, ex-diretor da Gaviões da Fiel apontado como integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital) e condenado no Brasil por homicídio, levava uma vida de luxo quando estava foragido na Bolívia, segundo o governo daquele país e o MP-SP (Ministério Público de São Paulo).

Relatório do Cerian (Centro Regional de Inteligência Antinarcóticos), órgão do governo boliviano, aponta que Cantor vivia com a mulher e cinco filhos em Santa Cruz de La Sierra, onde tinha bares, restaurantes, veículos importados e até motorista particular.

O documento diz que Cantor era proprietário do “Bar Diamante”, Churrascaria Zé”, “Diamante Lanchonete”, “Filin Resto Bar”, “Lanchonete Bocaditos”, morava em apartamento no 13º andar de um prédio de alto padrão, possuía veículos BMW, Toyota e Hyundai e tinha até “chofer”.

Cantor foi preso em Santa Cruz de La Sierra no último dia 11 e entregue às autoridades brasileiras. Ele foi levado para a cidade de Puerto Quijarro, na fronteira com Corumbá (MS), e trazido para São Paulo. Porém, acabou solto no dia seguinte porque contra ele não havia nenhum mandado de prisão.

O ex-diretor da Gaviões foi acusado de matar a tiros Denílson Dantas Jerônimo, agente do CRP (Centro de Reabilitação Penitenciária) de Presidente Bernardes, no interior, em 2009. A execução do agente teria sido encomendada pelo PCC.

A Justiça de São Paulo o condenou a 15 anos de prisão. Mas, como o réu permaneceu preso durante 11 anos e oito meses, os defensores dele recorreram e o STJ (Superior Tribunal de Justiça) relaxou a prisão preventiva do cliente. Cantor ficou atrás das grades até 19 de agosto de 2021.

Suspensão de liminar

O MP-SP também recorreu e o relaxamento da preventiva foi revogado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, que mandou prendê-lo e aumentou a pena do réu em mais um ano. Em 18 de dezembro de 2023, o STJ cassou a decisão do TJ e mandou expedir um contramandado de prisão em favor de Cantor.

Inconformado com a decisão, o MP-SP apresentou ao STF (Supremo Tribunal Federal), na semana passada, pedido de suspensão da liminar que cassou a ordem de prisão preventiva contra Cantor. O caso deve ser julgado ainda nesta semana.

O MPF (Ministério Público Federal) já deu parecer favorável ao pedido da suspensão de liminar. O MP-SP alega também que Cantor mentiu às autoridades paulistas, pois quando assinou alvará de soltura declarou a cidade de São Paulo como endereço, mas foi para a Bolívia.

A defesa de Elvis Riola de Andrade sustenta que o cliente está em liberdade há dois anos, não deve nada à Justiça, não é integrante de crime organizado, não tem envolvimento com tráfico de drogas, foi reintegrado ao convívio social e vem trabalhando de maneira lícita.