Obras na ponte sobre o Rio Paraguai poderá paralisar trânsito por até 72 horas

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Reportagem publicada pelo Correio do Estado nesta quarta-feira, 24 de janeiro, expõe a possibilidade de uma interdição total da ponte sobre o Rio Paraguai em Decorrência das obras para reparo que estão sendo executadas no local.

Conforme a publicação, a única rodovia asfaltada de acesso às cidades de Corumbá e Ladário, que juntas somam 118 mil habitantes, a BR-262 sofrerá uma série de interdições totais de tráfego que podem durar até 72 horas cada uma. Isso ocorrerá devido às obras emergenciais de reforma da ponte sobre o Rio Paraguai, a 70 quilômetros da área urbana de Corumbá.

As informações teriam sido repassadas ao jornal da Capital por  Mauro Azambuja Rondon, diretor da Agesul, órgão responsável pela reforma. A previsão, de acordo com ele, é de que estas interdições ocorram a partir de meados de fevereiro e serão necessárias para a aplicação e secagem do concreto em cinco pontos próximos a três dos 34 pilares da ponte.

Os motivos para as interdições totais e seu longo período, ocorreria devido ao chamado processo de “cura” do concreto, período onde não pode haver nenhum tipo de trepidação na pista, para evitar fissuras no concreto e sua perfeita aderência à ferragem estrutural.

Para o diretor da AGESUL, a única alternativa para evitar as trepidações sobre a ponte neste período, é interromper a passagem de veículos.

“A gente ainda não sabe se isso vai acontecer, três, quatro ou cinco vezes. E cada interdição pode durar 24, 36 ou até 72 horas. Quanto maior o período de interdição, melhor será a qualidade e a durabilidade do concreto que será aplicado próximo aos três pilares onde foi constatada a deterioração da pista, explica Azambuja.

O diretor da Agesul enfatizou que não existe a menor possibilidade de a ponte colapsar, conforme veiculado entre a população dos dois municípios recentemente.

A empreiteira contratada para fazer os reparos, que receberá pouco mais de R$ 1,6 milhão, poderia até utilizar misturas químicas para acelerar a secagem, mas haveria o risco de o concreto não suportar o tráfego por muito tempo e depois seria necessário refazer tudo em alguns anos.

O comando da Agesul garante que as interdições serão informadas com antecedência e ocorrerão em datas que prejudiquem o mínimo possível os usuários da rodovia.

No entanto, até o momento, nenhuma informação oficial foi repassada pelos órgãos aos veículos de comunicação da região.

Conforme a AGESUL, atualmente, cerca de 700 veículos passam diariamente pela ponte, sendo metade disso somente de caminhões que transportam até 70 toneladas de minério de ferro por viagem.

Sem balsa

Até abril de 2001, quando não existia a ponte, a travessia sobre o Rio Paraguai era feita por balsas no chamado Porto Morrinho, mas Mauro Azambuja descarta a possibilidade de ser disponibilizada alguma embarcação durante estes períodos de interdição para fazer travessias emergenciais. Segundo ele, não existe mais estrutura de acesso às margens do rio para fazer esse improviso.

Rota Alternativa

Se concretizar a perspectiva da AGESUL para interdição do tráfego de veículos no local, a única alternativa para quem quiser ou precisar sair, ou chegar a Corumbá e Ladário será a chamada Estrada Parque, um trecho de cerca de 120 quilômetros por rodovia sem asfalto, fazendo a travessia do Rio Paraguai pela balsa no Porto da Manga. Essa alternativa, porém, é inviável para os bi-trens que transportam minérios.

O tráfego pela ponte está em meia pista desde 21 de março do ano passado. Mas os reparos emergenciais começaram somente em dezembro. E depois do início dos trabalhos, a Agesul instalou radares para evitar excesso de velocidade.

Mais recentemente, contudo, a passagem passou a ser permitida somente em comboios, com um veículo da Agesul à frente para regular a velocidade e impedir ultrapassagens indevidas sobre a estrutura. Dependendo dos horários e do movimento, motoristas são obrigados a esperar até uma hora para fazer a travessia.

Já a partir da última terça-feira (23), uma nova medida de segurança começou a ser utilizada, quando Dnit ativou uma balança na margem direita do Rio Paraguai  para evitar a passagem de veículos com excesso de peso.

Mas, “tudo isso é para garantir a segurança das pessoas que estão trabalhando sobre a ponte e para garantir que aquilo que já foi feito não seja danificado”, destaca Mauro Azambuja para enfatizar que  elas não foram adotadas devido a um suposto temor de que a ponte pudesse colapsar.

Até setembro de 2022 havia cobrança de pedágio, de R$ 14,10 por veículo ou eixo de caminhão, pela passagem na ponte. Cerca de 13% do faturamento da empresa Porto Morrinho era destinado ao governo estadual e o restante era destinado aos custos operacionais e para manter a ponte em condições de uso.

Nos últimos oito meses de cobrança, o pedágio rendeu, em média, R$ 2,6 milhões por mês. Mesmo assim, ela foi devolvida sem condições de tráfego.

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