Por ordem do TSE, 13ª Vara Federal de Curitiba devolve caso Delcídio a justiça eleitoral de MS

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Inocentado pela justiça, Delcídio quer recuperar o prestigio político e retomar o trabalho que sempre desenvolveu pela região pantaneira
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  • Post publicado:28 de dezembro de 2023

O juiz Fábio Nunes de Martino, da 13ª Vara Federal de Curitiba, obedecendo a uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral, devolveu ação penal ajuizada pela “lava jato” contra o ex-senador Delcídio do Amaral para a Justiça Eleitoral do Mato Grosso do Sul.

Em decisão de 10 de dezembro, o juiz determinou o encaminhamento dos autos. Com isso, indeferiu as alegações finais apresentadas pelo Ministério Público Federal, apesar de já existir ordem de Corte Superior afastando a competência da Justiça Federal.

O processo envolve a apuração de fraude na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, feita pela Petrobras. A denúncia foi recebida pela 13ª Vara Federal de Curitiba. Os réus são políticos, funcionários da estatal e operadores financeiros.

A competência para julgar o caso passou a ser alvo de disputa porque as verbas movimentadas teriam sido usadas como caixa dois para financiar a campanha do ex-senador Delcídio do Amaral. De acordo com precedente do Supremo Tribunal Federal, isso atrairia o julgamento para a Justiça Eleitoral.

O processo chegou a ser enviado para a 8ª Zona Eleitoral de Campo Grande, onde o Ministério Público Eleitoral praticou o chamado by-pass processual: sem qualquer diligência prévia, pediu o arquivamento apenas das imputações que envolvem crimes eleitorais.

A tentativa de drible na competência para julgamento fez a defesa de Delcídio do Amaral, feita pelos advogados Matteus Macedo e Leandro Oss Emer, recorrer ao TSE, onde o ministro Raul Araújo determinou o reenvio da ação penal para a Justiça Eleitoral.

Essa foi a decisão que a 13ª Vara Federal de Curitiba cumpriu agora. O juiz titular apontou na decisão que isso se justifica em deferência à corte superior, pela ausência de recurso da Procuradoria-Geral Eleitoral contra a monocrática de Raul Araújo e pela ausência de previsão legal de recurso com efeito suspensivo.

Também acrescentou que não há sentido na hipótese suscitada pelo MPF, de declinação do processo para a Justiça Eleitoral apenas na parte que concerne a Delcídio do Amaral.

“A declinação anterior deste processo à Justiça Eleitoral foi integral. E, ademais, o acórdão do TSE não faz qualquer ressalva no sentido do desmembramento do processo”, pontuou o juiz Fábio Nunes de Martino.

Clique aqui para ler a decisão

Ação Penal 5055008-78.2017.4.04.7000

Ao Folha MS, Delcidio disse acreditar que a justiça está sendo feita.

Finalmente se fez justiça. Tentaram de todas as formas me incriminar. E tudo aquilo que fizeram contra mim injustamente, ilegalmente, agora a Justiça do Paraná resgatou aquilo que me era devido, tornando o caso Passadena um caso único exclusivamente eleitoral. E portanto agora eu vou em busca de recuperar tudo aquilo que me tiraram, na mão grande, injustamente, numa grande articulação política que foi montada para me tirar do jogo. Eu estou de volta. Eu estou de volta. E não vou ficar por aí. Vou acionar devidamente a União e aqueles que causaram todos esses males para mim, para minha família, para os meus amigos e amigas e para o povo de Mato Grosso do Sul que sempre acreditou no meu trabalho, afirmou.

E repetindo uma frase de uma música chamada Get Lucky, do Pharrell Williams com o Daft Punk e o Nile Rodgers, como a lenda da fênix que ressurge das cinzas, todo fim termina com recomeços. Chegamos muito longe para deixar de ser o que somos, concluiu.

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