Tuiuiús se reproduzem em ninho artificial após tragédia no Pantanal

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  • Post publicado:30 de novembro de 2023
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Pela primeira vez, filhotes de tuiuiús nasceram em um ninho artificial construído na BR-262, próximo a Corumbá, após o ipê que servia de morada para as aves ser destruído pelas chamas. Em meio aos cenários devastadores gerados pelos incêndios no Pantanal, um feito inédito recupera a esperança de dias melhores ao bioma.

Por ser tão famoso, o ninho e o ipê eram pontos turísticos da região, tombados como patrimônio histórico do município. A destruição de toda essa área pelo fogo deixou os tuiuiús sem ninho e os moradores locais desolados. As queimadas podem acontecer por fenômenos naturais e também por ação humana, mas em 2020 os números foram os maiores já registrados.

Naquele momento, municípios, o estado e o país não estavam preparados para enfrentar os incêndios da maneira necessária. Em meio a essa crise, foi criado um comitê de prevenções de queimadas, com coordenação do governo do estado do Mato Grosso do Sul e participação da Energisa, que se mantém até hoje. A Energisa não vem poupando esforços para evitar que os incêndios aconteçam, participando ativamente desse processo de prevenção e recuperação das áreas atingidas. E as ações vêm dando resultado. 

O ninho artificial, construído com tecnologia da Energisa, possibilitou que os tuiuiús reocupassem a área atingida pelas queimadas em 2020. Na época, os incêndios atingiram 4,5 milhões de hectares na região do Pantanal, destruindo a vegetação e desalojando a fauna pantaneira.

Em 8 de outubro de 2023, a esperança foi retomada com o nascimento dos filhotes, avistados por biólogos da Birdwatch no Pantanal. Para o pesquisador Walfrido Tomás, da Embrapa Pantanal, o acontecimento mostra que a tecnologia pode fazer a vida renascer mesmo em áreas afetadas pelo fogo ou ação humana.

Tuiuiús
Em 2020, incêndio destruiu ninho natural utilizado pelas aves para reprodução / Foto: Divulgação PRF

“Foi muito importante ver a volta dos tuiuiús e a reprodução no ninho artificial. A espécie ocorre do sul dos EUA até o norte da Argentina e esse é um projeto pioneiro que passa uma grande mensagem sobre o impacto ambiental de ações humanas equivocadas”, disse.

Com seu rosto negro, papo vermelho e asas brancas de quase 3 metros de envergadura, a ave-símbolo do pantanal impressiona em seu voo e na construção de seus ninhos na copa das árvores. O ninho e o ipê eram pontos turísticos da região, sendo inclusive tombados como patrimônio histórico do município.

Ninho artificial possibilitou regresso dos Tuiuiús

Ninho artificial Tuiuiús
Família de tuiuiús (Divulgação, Energisa)

Sem um lar para as aves retornarem após os incêndios, o pesquisador Walfrido Tomás e a pesquisadora Neiva Guedes, do Instituto Arara Azul, tiveram a ideia de criar um ninho artificial, assim como os feitos para cegonhas na Europa, sendo aves da mesma família dos tuiuiús.

Em parceria com a Energisa, a ideia começou a tomar forma e a copa das árvores foi substituída por altas torres de estruturas metálicas, que serviram como base para a construção do ninho. Além da alta torre, as equipes da Energisa construíram uma estrutura metálica octogonal em formato de taça, que serviria de apoio para os pássaros.

“Como alguns postes da Energisa no Pantanal já são ocupados por ninhos de aves, a equipe sabia que o material era seguro para abrigar os tuiuiús. Apesar de próximo à rodovia, o local era de difícil acesso por conta de um barranco. Sem auxílio de caminhão, trator ou escavadeira, a furação e fixação do poste foi toda feita manualmente” explicou a Energisa.

A construção do ninho também envolveu toda a sociedade e a comunidade local. Um grupo de Facebook foi criado, em que turistas e moradores postavam fotos para monitorar a ambientação dos pássaros ao ninho.

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