Corumbá (MS)– O Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria Regional Eleitoral, ofereceu denúncia pela prática de crime eleitoral, de compra de votos em Corumbá e falsidade documental reiteradamente por 31 vezes, cometidos pelo Prefeito de Corumbá, Marcelo Aguilar Iunes (PSDB).
O ato foi enviado ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul, após a conclusão do inquérito policial instaurado pela Polícia Federal de Corumbá, em relação às denúncias e flagrantes que teriam ocorrido ao longo das eleições municipais de 2020, na cidade.
Além de Marcelo Iunes, foi oferecida denuncia conta Marconi de Souza Junior, atual diretor-presidente da Agência Municipal Portuária e Mariluce Gonçalves Leão, Subsecretária adjunta de saúde.
Segundo o documento ao qual a reportagem do Folha MS teve acesso, Marcelo Iunes teria participado diretamente por 24 vezes, no crime de compra de votos, previsto no artigo 299 do código eleitoral.
Iunes também foi denunciado pelo crime previsto no artigo 350, por falsidade documental apresentada por agente público.
Já Marconi de Souza Junior, conhecido como “Macaco”, foi denunciado pela prática de compra de votos, reiteradamente por 24 vezes.
Já Mariluce Gonçalves Leão, foi denunciada pela prática de crime eleitoral prevista no artigo 299 (compra de votos), em ato recorrente por seis vezes, conforme restou apurado e fortemente comprovado pelas investigações da Polícia Federal.
Compra de Votos
A denúncia se baseia nas apreensões realizadas pela Polícia Federal ao longo do processo eleitoral, bem como as provas colhidas com autorização da Justiça durante a Operação Mercês, que evidenciou e especificou o engenhoso esquema montado na Prefeitura de Corumbá, para compra de votos, visando assegurar a reeleição do atual prefeito da cidade.
As provas elencadas no processo são formadas por documentos apreendidos em posse dos investigados, bem como transcrições de áudios, em conversas mantidas pelos denunciados, onde tratavam, a concessão de benefícios, como pagamento de dinheiro, cestas básicas, exames laboratoriais, promessas de emprego, consultas médicas e até marmitex, em troca de votos.
Na prática desses crimes foram denunciados Marcelo Iunes, Marconi Souza Junior e Mariluce Leão, apontada como articuladora dos benefícios e facilidades concedidas aos apoiadores de Iunes, incluindo vereadores, em relação à saúde pública, inclusive se utilizando dos recursos públicos e aparato municipal.
Falsificação de Documentos
Além da Compra de votos em Corumbá, o prefeito Marcelo Iunes foi denunciado, também, pela prática do crime eleitoral previsto no artigo 350, ao ter, segundo as investigações da PF, mentido em sua declaração de prestação de contas referente a contratação de cabos eleitorais que trabalharam ao longo da campanha eleitoral.
Os indícios apontam que cabos eleitorais eram contratados “por fora” e não apareceriam nas prestações de contas para não ultrapassar o teto de gastos estipulado pela justiça eleitoral.
O esquema, contava ainda com diversos vereadores que foram reeleitos, o secretário de governo Luis Antônio (Pardal) e pelo atual líder do governo na Câmara. (este processo foi desmembrado e segue em fase final de investigação).