Amado Batista lota Praça de tudo quanto é público no primeiro dia de Festival América do Sul

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  • Post publicado:10 de novembro de 2023
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O cara é uma divindade. Não tem outra explicação. Às 22h18, quando Amado Batista subiu ao palco, não teve mulher, homem, pessoa idosa, criança e jovem que não se esgoelasse cantando os clássicos enquanto a banda só tocava os primeiros acordes.

Os termômetros marcavam 31 graus em Corumbá, no Palco da Integração, na Praça Generoso Ponce. A sensação térmica, nem se fala, visto que só o show de Amado Batista levou 15 mil pessoas às ruas, segundo estimativa da Polícia Militar.

Amado Batista foi um pedido da Prefeitura do município, e ao que a noite demonstrou, era um clamor da própria população para ver o cantor que acumula décadas de carreira, discos e fãs de todas as idades e perfis, mesmo.

A gente pode considerar um artista pela emoção que ele provoca nas pessoas. Desde a pescadora aposentada que foi ao show mesmo depois de ter sofrido um AVC na semana anterior, até a criança de 8 anos que cantava com a alma todas as músicas e a filha que levou um cartaz dizendo que estava ali realizando o sonho do pai, que partiu há quatro anos sem ver o tão amado Amado Batista.

O show durou mais de 1h30, e do início ao fim a plateia inteira cantando todas as músicas. Os trechos puxam à memória cenas vividas no passado e provam o quanto Amado Batista é trilha sonora da vida de muita gente que, não só, cantarola, mas sente, chora, interpreta e se emociona ao som das músicas.

A dona de casa Leila Rosa tinha em mãos fotos do cantor autografadas. Um dia antes do show, a corumbaense baixou imagens de Amado Batista do Facebook, e conseguiu entrar no camarim para que ele as autografasse.

“Eu cheguei 7h da noite aqui para pegar este lugar”, conta a corumbaense na primeira fila mais próxima possível do palco. Fã há 28 anos do cantor, foi “Sonho Dourado” que embalou o início de amor dela com o marido, o pedreiro Gilson de Souza.

“Tô suando, não sei se é de nervosismo, valor. Quando fiquei sabendo que ele vinha, pensei que fosse desmaiar de tanta emoção”, descreve.

A segurança permitiu que uma criança fosse colocada à frente, em um assento que dá parte da grade colocada entre público e equipe da imprensa. Num primeiro momento, a reportagem chegou a pensar que fosse alguém perdido dos responsáveis, mas não. Era só uma fã mirim cantando de todo coração: “Desliga a luz e o telefone, amor. Fecha as cortinas do apartamento”.

Questionada sobre quem a ensinou gostar de Amado Batista, a pequena se defende como se a pergunta fosse uma ofensa. “Ninguém me ensinou, eu aprendi sozinha”, diz Franciele Barbosa, de 8 anos. Acompanhada da avó, que é a fã pioneira na família, a menina conta que sempre ouviu os discos. A entrevista é interrompida porque é a hora de Amado cumprimentar o público.

“Boa noite, minhas princesas e meus príncipes. Que prazer estar aqui, eu estava morrendo de saudade de vocês”. E pronto, o público que tirou fôlego de não se sabe de onde permaneceu aos gritos de emoção.

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Entre lágrimas, uma senhora chama atenção ao parecer sofrer e chorar também de alegria ao mesmo tempo. A história da pescadora aposentada Sirlei Ferreira é no mínimo peculiar.

“Nunca fui tão feliz igual eu tô hoje. Eu sou fã do Amado Batista, apaixonada por ele. Meu coração grita, e olha que eu tive um AVC semana passada, mas tô aqui hoje”.

Com um cartaz emocionante, daqueles feitos de cartolina, uma filha saudosa chorava a saudade do pai, seu Sebastião, violeiro que morreu há quatro anos.

“Este show está maravilhoso, eu estou aqui pelo meu pai, porque era um sonho dele ver Amado Batista”, explica.

Silvana cresceu ouvindo as músicas, mas não na voz de Amado, e sim do pai que tocava e cantava. “Quando me disseram que ele viria abrir o Festival, na minha cabeça eu tinha que estar aqui e trazer meu pai comigo. As músicas do Amado Batista representam a história do meu pai, e a minha também”, resume a filha.

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(Foto: Renê Márcio Carneiro)

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