José Cláudio Arantes, conhecido como “Tio Arantes”, de 68 anos, foi transferido para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande. Ele é um dos líderes de uma organização criminosa que atua dentro e fora dos presídios. “Tio Arantes” estava foragido da justiça sul-mato-grossense desde novembro de 2021, quando escapou do complexo penal da Gameleira, em Campo Grande, onde cumpria pena em regime semiaberto.
“Tio Arantes” foi preso na Bolívia no mês passado e expulso do país, sendo entregue às autoridades brasileiras. Ele voltou para o mesmo complexo penal, mas em um dos presídios fechados. Porém, devido ao seu histórico, ele foi levado para a penitenciária federal, considerada mais segura.
Com a mudança de local de custódia, também mudou a data da audiência de justificação de “Tio Arantes”. Nessa audiência, ele explicará à justiça os motivos que o levaram a fugir. A partir disso, serão definidos os encaminhamentos quanto ao futuro do preso.
Quando fugiu, ele estava cumprindo pena de 18 anos de prisão por formação de organização criminosa. Ele havia alcançado o regime semiaberto, após cumprir um sexto da pena. Agora, enfrenta uma nova condenação de três anos de prisão por quebra do regime.
A defesa do condenado alegou que ele escapou para tratar da saúde. A audiência de justificação estava marcada para o dia 5 de outubro, mas agora será em 16 de novembro.
“Tio Arantes” também será ouvido pelo Draco (Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado) sobre como ele conseguiu escapar do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira.
O Draco abriu um inquérito para investigar a fuga logo depois que o detento sumiu. O juiz Fernando Chemin Cury, responsável pela fiscalização da execução penal, determinou a investigação.
Há vários indícios de que houve facilitação da saída de José Cláudio da prisão. Os cadeados da cela desapareceram e as câmeras de segurança não registraram a cena da fuga.
Prisão de Tio Arantes
Conforme relatou o comandante da Polícia Nacional boliviana no departamento de Santa Cruz, Erick Holguín, a prisão de Arantes se deu por meio de troca de informações entre as policiais dos dois países.
A partir do compartilhamento de dados, a FELCC iniciou um trabalho de inteligência e localizou o suspeito. Ao ser abordado, Arantes apresentou uma documentação brasileira falsa.
Os policiais desconfiaram da autenticidade do documento e o encaminhou para o setor de investigação. Ainda segundo as autoridades bolivianas, neste momento o criminoso tentou quebrar seu aparelho celular, para eliminar informações que o incriminasse.
Ao ter sua verdadeira identidade revelada, foi dado início, imediatamente, aos procedimentos de expulsão e entrega do criminoso, responsável por uma série de crimes em Mato Grosso do Sul e ex-líder do PCC em MS, à Polícia Federal do Brasil.