Um novo estudo publicado na revista científica Fire mostrou que os incêndios que atingiram o Pantanal em 2020 foram mais devastadores do que se pensava. Segundo os pesquisadores, os incêndios de alta intensidade queimaram 44.998 quilômetros quadrados do bioma, o que representa cerca de 30% de sua área total na porção brasileira.
O Pantanal é a maior planície alagável do mundo e abrange os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. O bioma é rico em biodiversidade e abriga diversas espécies de animais e plantas. No entanto, em 2020, o Pantanal sofreu com a seca, o desmatamento e as queimadas provocadas por ações humanas.
O estudo, liderado por cientistas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), utilizou imagens de satélite da missão Sentinel-2, que permitem refinar as estimativas de áreas queimadas em escala regional. Os resultados mostraram uma extensão de área queimada bem maior do que as calculadas em levantamentos anteriores, que variaram de 14.307 km² a 36.017 km².
Os autores do estudo alertam para os impactos dos incêndios sobre a fauna, a flora e os serviços ecossistêmicos do Pantanal. Eles também apontam para a necessidade de medidas de prevenção e controle das queimadas, especialmente em um cenário de mudanças climáticas. Em 2023, o fenômeno El Niño pode deixar o bioma mais seco e vulnerável ao fogo.
Três anos depois dos piores incêndios da história, o Pantanal vem se recuperando lentamente, com a volta do verde e das águas na planície. No entanto, ainda há muitos desafios para garantir a conservação desse patrimônio natural.