Levantamento Revela 12 Espécies de Peixes Ameaçados de Extinção em MS

Peixes Ameaçados
  • Autor do post:
  • Post publicado:8 de agosto de 2023

Mato Grosso do Sul é palco de uma preocupação ambiental crescente, com 12 espécies de peixes ameaçados e enfrentando sérios riscos de extinção, conforme o relatório da plataforma Salve, desenvolvida pelo ICMBio. Na última quarta-feira (2), dados atualizados revelaram essa realidade alarmante.

Nesse contexto, a classificação das espécies em categorias como “vulnerável”, “em perigo” e “criticamente ameaçada” traz um cenário preocupante, ressaltado pelo segundo ciclo de avaliação realizado entre 2019 e 2022, que incorporou quatro anos de análise rigorosa.

Dentre as espécies em situação crítica, despontam o peixe cascudo-viola (Loricaria coximensis), o ituí-maraúna (Tembeassu marauna) e o piracanjuba (Brycon orbignyanus). Entre os “em perigo”, ganham destaque o pacu-prata (Myleus tiete), o peixe joaninha (Crenicichla jupiaensis Britski), além de duas variações de peixe anual (Austrolebias ephemerus e Melanorivulus scalaris) e duas espécies de ituí (Sternarchorhynchus britskii e Sternarchella curvioperculata).

O grupo de peixes considerados “vulneráveis” abarca o bagrinho-cego-da-serra-da-bodoquena (Trichomycterus dali Rizzato), o cascudo-cego (Ancistrus formoso) e o Pintado (Pseudoplatystoma corruscans).

O professor da UFMS e pesquisador associado ao ICMBio, Fernando Carvalho, esclarece que a lista divulgada aguarda validação e atualização por parte de outro corpo de pesquisadores. Essas revisões são vitais, visto que novas evidências científicas podem influenciar as categorias de conservação.

Um fator crítico que emerge é a construção de barragens em rios para a criação de usinas hidrelétricas, barrando migrações e reprodução dos peixes.

O professor Carvalho destaca: “A construção de UHEs, PCHs e CGHs, juntamente com a contaminação das águas por sedimentos, poluentes orgânicos, agrotóxicos e até mesmo mineração em cavernas, impactam diretamente essas espécies.

A piracanjuba, por exemplo, é notavelmente afetada pela construção de barragens, enquanto o pintado, bastante comum na bacia do Paraguai, enfrenta ameaças na bacia do Paraná devido a projetos hidrelétricos. A situação serve como alerta: intervenções similares na bacia do Paraguai podem resultar em consequências paralelas às observadas no Rio Paraná, adverte Fernando.

Participe da lista VIP do FOLHA MS e receba as principais notícias no seu celular

Participe da lista VIP do WhatsApp do  FOLHA MS e receba as principais notícias no seu celular