Com apoio do Governo do Estado, professoras da UEMS desenvolvem pesquisa sobre uso de biomassa

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  • Post publicado:14 de julho de 2023

Com foco no desenvolvimento de novas tecnologias de maneira sustentável, o Governo do Estado investe em pesquisa e ciência para contribuir com a economia verde, beneficiando o meio ambiente e com impacto direto na geração de emprego e renda para a população de Mato Grosso do Sul.

Estudo que visa identificar quais são as diferentes biomassas disponíveis no Estado e os possíveis usos – além da geração de energia -, é conduzido pelas professoras da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), em Navirai, Daniela Cristina Manfroi – doutora em Química – e Tarsila Marília de Oliveira – doutora em Física.

A pesquisa recebeu auxílio financeiro do Governo do Estado, por meio da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul) como parte da ação “Mulheres na Ciência Sul-Mato-Grossense”.

O edital, formalizado em março deste ano, ampliou em 134% o número de projetos apoiados, passando de 26 para 61. Com isso, os valores investidos também aumentam, somando R$ 5 milhões apenas em iniciativas lideradas por pesquisadoras.

A execução do projeto “Reaproveitamento de resíduos agroindustriais como alternativa sintética de biotemplate através da síntese e caracterização de compósitos titanatos/óxido de grafeno” já obteve resultados relevantes, inclusive com uso para retirar impurezas da água.

palha milho membrana pesquisa UEMS biomassa
bagaco de cana pesquisa Biomassa UEMS rotated

“O tratamento de água é uma das possibilidades de uso. Constatamos que pode ser usado na remoção de corantes da água. Todos os materiais sintetizados possuem formas de membranas, são semicondutores, e podem atuar na remoção de moléculas orgânicas da água. Iniciamos o trabalho com a biomassa há dois anos, até então a gente só usava reagentes químicos adquiridos. Percebemos que a biomassa funciona muito bem para limpar a água”, afirmou a professora Daniela Manfroi.

O estudo da biomassa e como as nanopartículas interagem também são objetos da pesquisa. “Quando a gente faz pesquisa, temos como objetivo compreender o fenômeno. Neste caso, além de usar a biomassa, buscamos a fundo a compreensão das propriedades eletrônicas do material. Dentro da tecnologia, é uma grande chave, queremos compreender como usar a nosso favor, se o material tem energia, onde podemos captar. E a partir do estudo teórico, traçar outras características de uso que não pensávamos que era possível”, disse Tarsila de Oliveira.

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A professora Tarsila é uma das pesquisadoras do projeto

Entre as biomassas já utilizadas estão o bagaço da cana e a palha do milho, e a próxima amostra a ser utilizada é de bagaço de soja. “Dessas foram feitas as primeiras sínteses de obtenção das membranas e agora será a investigação das propriedades ópticas, eletrônicas e estruturais”, pontuou a professora da UEMS, doutora em Química.

A intenção das pesquisadoras é garantir, por meio do estudo, um material confiável para ser usado em larga escala na indústria. “A relação entre as propriedades, atividades e a estrutura química serão investigadas profundamente através o uso de técnicas de caracterização estrutural e simulação computacional. Com isso, no futuro as indústrias podem ter mais previsibilidade na concepção de um material que elas precisem usar”, concluiu Daniela.

Com o valor recebido por meio do auxílio financeiro para execução do projeto, as pesquisadoras da UEMS, que coordenam as ações, vão adquirir equipamentos e reagentes.

Geração de energia com biomassa de cana-de-açúcar

Mato Grosso do Sul registrou em junho 3.739,67 MWh de potência instalada em operação total, entre geração centralizada e distribuída. Em termos de empreendimentos, são 78.759 usinas em ligação. Deste total, 84,58% da potência em operação é renovável, enquanto que 15,42% é não renovável.

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A partir da biomassa de cana-de-açúcar, usina em Chapadão do Sul gera bioeletricidade

Os dados fazem parte da Carta de Conjuntura de Energia produzida pela Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Mato Grosso do Sul), que apresenta uma análise dos dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Considerando a origem dos combustíveis, a ‘biomassa’ responde atualmente pela maior parte da potência em operação com 51,85%. Em segundo e terceiro lugares, por sua vez, aparecem as energias de origem ‘Solar’ (22,89%) e ‘Fóssil’ (15,42%). Por fim, a energia de fonte ‘Hídrica’ fecha com 9,84%, de participação.

A bioeletricidade, energia elétrica gerada a partir da biomassa de cana-de-açúcar aumentou 365% a partir de 2015 em Mato Grosso do Sul. O crescimento contribui para o MS Renovável (Programa Estadual de Incentivo ao Desenvolvimento das Fontes Renováveis de Produção de Energia Elétrica), uma das ações do Plano Estadual MS Carbono Neutro – PROCLIMA, que tem objetivo de tornar o Estado, até 2030, território que neutraliza suas emissões de carbono.