A Câmara Municipal reforçou nesta segunda-feira, 5 de junho, a sua parceria com o 6º Batalhão de Polícia Militar do Mato Grosso do Sul, sempre pensando em ampliar cada vez mais, as ações voltadas para a segurança da população pantaneira.
Foi durante uma visita do novo comandante do Batalhão, tenente-coronel Carlos Magno da Silva, à Câmara Municipal. Ele substituiu a tenente-coronel Letícia Raquel Lopes Ramos, que foi a primeira mulher a comandar a PM na cidade.
A convite do presidente do Poder Legislativo, vereador Ubiratan Canhete de Campos Filho (Bira), o comandante fez uso da palavra, agradeceu o apoio recebido de todos os vereadores da casa, e abordou temas específicos que são apontados como prioritários dentro da instituição militar.
O comandante agradeceu a parceria com os vereadores corumbaenses, lembrou a data, 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, um dia de renovação, de cuidar do meio ambiente, mas que foi “um dia muito cinza para Corumbá, um dia muito triste”, referindo-se à cena da criança recém-nascida, encontrada morta na parte alta de Corumbá. Disse ter sido uma cena indescritível, que não teria como falar de meio ambiente sem citar o ocorrido.
CUIDAR DAS CRIANÇAS
Fez um balanço da atuação da Polícia Militar no Mato Grosso do Sul e destacou a necessidade de cuidar mais das crianças em três aspectos: drogas, violência doméstica e exploração sexual contra criança e adolescente.
Em relação às drogas, observou o reforço do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD) com o envio de dois policiais para cursos de capacitação em Brasília “para poder ter uma didática de como conversar com uma criança de quinta série, de 10 anos de idade, falar a linguagem que ela entenda, precisa visualizar ludicamente aquilo que o policial está falando, um policial fardado, uniformizado para a criança entender que o Estado a fiscaliza”.
Informou que, este ano, o PROERD, já na primeira semana de setembro, programou a primeira formatura em oito escolas municipais, e mais cinco em dezembro. “Serão 13 até o fim do ano e estamos nos preparando para atender 21 escolas no próximo ano”, acrescentou.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Outro aspecto que ele considera prioritário é em relação à violência doméstica, que também tem tudo a ver com a criança. “Não tem figura mais iluminada, mais endeusada do que a mãe. Seja pelo menino, ou pela menina. Quando essa criança vê essa figura tão iluminada sendo agredida, as crianças também vão se tornar cidadãos também insensíveis sociais. É nesse momento que vai surgir o delinquente. E qual que é a solução? Como é que trabalha com isso? Também com educação. Nós, policiais, precisamos ter o nosso olhar na repressão sim, o nosso olhar fixo no agressor. Precisamos dizer que esse crime não compensa. Isso é muito sério”, relatou.
EXPLORAÇÃO SEXUAL
Já a questão da exploração sexual contra criança e adolescente destacou ser um tema que precisa ser combatido a todo momento. Disse já ter observado casos na região pantaneira, tanto que colocou o serviço de inteligência para levantar quem são os agressores, e mais do que isso, procurar recuperar essas crianças “que são o futuro de Corumbá, nada mais do que isso”.
Enfatizou que a Polícia Militar não pode só trabalhar com a repressão, com correção. Ser o primeiro do ranking no Brasil em apreensões, com cadeias lotadas que representam gastos para o Estado.
“Precisamos cuidar das nossas crianças. Essa criança, se for incentivada a se prostituir como adolescente, é uma mulher que vai entender que esse é o futuro para ela, e nós precisamos, na nossa função como policial, combater muito severamente o explorador, mas também discutir com a família, com a escola, com vamos fazer isso”, pontuou.
Além do presidente Bira, que destacou a presença do comandante na sessão da Câmara, outros vereadores também elogiaram o “debate’ proporcionado por ele no plenário, como Manoel Rodrigues, Raquel Bryk, Allex Dellas e Elinho Junior que, em nome do Legislativo, se colocam à disposição da Polícia Militar no desenvolvimento de ações voltadas à segurança pública, especialmente em casos que envolvam crianças, adolescentes e a mulher pantaneira.