Corumbá (MS)- Policiais Militares Ambientais e Polícia Federal de Corumbá se uniram em uma fiscalização conjunta no rio Paraguai para prevenir a pesca predatória, especialmente durante o fenômeno decoada, que afeta o Pantanal. A diminuição do oxigênio durante a decoada torna os peixes extremamente vulneráveis à captura ilegal. Neste domingo, 30 de abril, as equipes receberam informações sobre um ponto de decoada nas proximidades da cidade de Corumbá e seguiram até o local.
Ao chegarem, os policiais flagraram várias pessoas embarcadas realizando captura de pescado, que ao perceberem a presença das equipes, fugiram pela vegetação margeando o rio, abandonando embarcações, pescado e petrechos ilegais. Não foi possível deter nenhuma das pessoas, mas foram apreendidos seis barcos de alumínio, dois remos e um motor, além de petrechos proibidos como anzóis de galho e linhadas. Um peixe da espécie jurumpensem e um piau-três-pintas, ambos abaixo da medida permitida por lei, também foram apreendidos. O pescado será doado para instituições filantrópicas.
O Comando da PMA alerta que, mesmo que o pescado esteja morrendo pelo fenômeno da decoada, as pessoas precisam respeitar as normas de pesca, como a proibição de petrechos proibidos, captura de pescado fora das medidas permitidas, respeito às cotas de captura e locais e espécies preservadas. A pena para pesca predatória é de prisão em flagrante e um a três anos de detenção, além de multa administrativa que varia de R$ 700,00 a R$ 100 mil, mais R$ 10,00 por kg de pescado, e apreensão de barco, motor, veículo, e tudo que for utilizado no crime. O material apreendido foi recolhido ao quartel da PMA e a Polícia Federal investigará a autoria do crime ambiental. As equipes continuam em vigilância no local.
Decoada
O fenômeno da decoada é natural no Pantanal e movimenta cadeia alimentar. Os peixes que morrem viram alimento para outros peixes, bem como para aves, répteis e mamíferos. A preocupação da PMA reside no fato de que muitos peixes que sofrem decoada não morrem, pois, conforme o rio segue a corrente, a água vai se auto-depurando e vários espécimes sobrevivem, por isso o monitoramento da fiscalização é fundamental e continuará sendo executado.