Com pneumonia, presidente Lula adia viagem para a China

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adiou, de sábado (25/3) para domingo (26/3), a viagem para a China, por motivos de saúde. Segundo o Palácio do Planalto, o chefe do Executivo apresenta um quadro de “pneumonia leve”, identificado na noite desta quinta-feira (24/3).

Por conta disso, a agenda do dia de hoje (24/3) também foi cancelada e o petista descansa no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.

“O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva está no Alvorada após exames no hospital Sírio Libanês ontem a noite. O presidente está com pneumonia leve e irá, por conta disso, adiar para domingo o início da sua viagem para a China”, informou o Planalto.

Histórico médico de Lula

Com histórico de rouquidão e incômodos na garganta, o presidente Lula foi diagnosticado no dia 29 de outubro de 2011 com um tumor de três centímetros na laringe e foi submetido a mais de 30 sessões de quimioterapia, além de radioterapia. Um ano depois, os médicos anunciaram “uma remissão total” do quadro.

No final de 2022, em meio à campanha política e após as eleições, Lula apresentou novas crises de rouquidão, que, por vezes, o obrigaram a poupar a voz. Aos 77 anos, no último dia 16 de março, Lula realizou um check up rotineiro também no Hospital Sírio Libanês, mas em São Paulo, que confirmou a cura do tumor.

Nova agenda

Na próxima segunda-feira (27/3), a previsão era de que o presidente discursasse no Fórum China-Brasil de Desenvolvimento Sustentável. A principal agenda, porém, ocorrerá na terça (28), em Pequim, quando Lula terá reuniões com o presidente da China, Xi Jinping; com o primeiro-ministro da China, Li Qiang; e com o presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji. Serão tratados temas como comércio, investimentos, reindustrialização, transição energética, mudanças climáticas, acordos de cooperação e paz. Inicialmente, a visita ocorrerá até o dia 31 deste mês e contará com uma delegação recorde de mais 200 empresários brasileiros.

Em meio ao imbróglio das medidas provisórias entre a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, que tem travado o Congresso Nacional, nesta manhã, o presidente havia convocado uma reunião com o conselho político. O encontro estava marcado para às 10h30. Segundo interlocutores, a reunião poderá ocorrer à tarde, com participação de Lula por videoconferência. Mas, ainda não há confirmação.

Entre os convidados, estão o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente Geraldo Alckmin; o ministro da Casa Civil, Rui Costa; o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta; o advogado-Geral da União, Jorge Messias; o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Carvalho; o líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues; o líder do governo no Senado, o senador Jaques Wagner; e o líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães.

A agenda é importante para destravar a casa legislativa. O encontro conta ainda com pautas como arcabouço fiscal e o inquérito que investiga integrantes de uma facção criminosa por planejar matar e sequestrar autoridades, além da viagem à China.

Semana cheia

A agenda do presidente Lula foi intensa nessa semana, o que pode ter culminado no seu quadro de saúde atual. Entre quarta-feira (22/3) e quinta-feira (23/3), o chefe do Executivo viajou a três estados. Na Paraíba, ele foi ao lançamento do Complexo Renovável Neoenergia, que é o primeiro complexo associado de geração de energia renovável no Brasil, que integra a geração de energia eólica e solar, com um investimento que alcança cerca de R$ 3 bilhões.

Em Recife, Lula anunciou a retomada do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), política voltada para o fortalecimento da agricultura familiar. Com a reformulação, haverá o reajuste no valor individual a ser comercializado por agricultoras e agricultores familiares.

Já no Rio de Janeiro, o presidente visitou o Complexo Naval de Itaguaí, litoral Sul do Rio de Janeiro, para acompanhar os avanços do Programa de Desenvolvimento de Submarinos, batizado de ProSub. O programa concluiu os testes de imersão do submarino S-41, o “Humaitá”.

Também no Rio, ele acompanhou as obras de reconstrução do Museu Nacional no Rio de Janeiro. O prédio foi atingido por um incêndio de grandes proporções, em 2018, quando completava 200 anos de fundação e teve a fachada e 85% do acervo de 20 milhões de itens destruídos pelo fogo.

Ontem, o presidente ainda encontrou com Chris Martin, vocalista da banda Coldplay. O momento ocorreu durante reunião com representantes da ONG Global Citizen e o cantor.

Sob os holofotes de todo o mundo

A visita de Estado do presidente Lula (PT) à China, a convite do presidente chinês Xi Jinping, ganha importância global em meio às incertezas sobre o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia, que completou um ano em fevereiro. Mas a expectativa de analistas é de que a pauta econômica e comercial esteja mais em evidência durante a turnê do petista pelas cidades de Pequim e Xangai.

Analistas lembram que o Brasil, atualmente, é muito mais dependente da China do que o contrário. Os dois países são parceiros comerciais desde 2009, e a parceria estratégica ocorre desde 1993, ou seja, há 30 anos. Essa aliança tornou-se global em 2012, ano em que a corrente de comércio — soma das exportações e das importações — entre os dois países era de US$ 75,4 bilhões, e, no ano passado, esse volume dobrou, para o patamar recorde de US$ 150 bilhões, com um saldo comercial favorável ao Brasil, de US$ 28,7 bilhões, abaixo dos US$ 40,2 bilhões registrado no ano anterior, outro recorde histórico, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

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