A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, visitou a Fazenda Inho em Mato Grosso do Sul, palco de conflito entre indígenas e fazendeiros no início deste mês. Durante a agenda, a ministra dançou com mulheres e lideranças da etnia Guarani e Kaiowá, se comprometendo a avançar os processos de demarcação de terras indígenas e fomentar políticas públicas de proteção dos povos originários.
A Fazenda Inho faz parte do território Laranjeira Nhanderu, segundo os Guarani e Kaiowá, e está em litígio desde 2006, quando houve a reivindicação por demarcação do território. Atualmente, pelo menos 60 famílias indígenas estão no local, reivindicando uma área de aproximadamente 16 mil hectares. Três indígenas foram presos pela Polícia Militar na fazenda durante a ocupação, no dia 3 de março.
No último fim de semana, o MPF (Ministério Público Federal) intermediou um acordo com o dono da fazenda para liberar a colheita da soja, enquanto aguarda decisão judicial pela reintegração de posse.
Representantes dos Ministérios dos Direitos Humanos e Cidadania, Planejamento e Orçamento, Secretaria Especial de Saúde Indígena, Secretaria-Geral da Presidência da República, Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e Câmara dos Deputados acompanharam a ministra durante a visita.
Após a visita à Fazenda Inho, a comitiva retornou para Campo Grande para se reunir com o governador do estado, Eduardo Riedel (PSDB), a fim de discutir medidas de proteção aos territórios indígenas e a situação do povo Guarani e Kaiowá. A reunião a portas fechadas estava marcada para começar às 14h deste sábado (18), seguida de uma coletiva de imprensa.
A visita da ministra Sônia Guajajara reforça a luta dos povos indígenas por seus direitos e demarcação de suas terras. A presença de representantes de diversos órgãos do governo federal mostra a importância da pauta indígena na atual conjuntura política brasileira.