Alvo do Gaeco, empresário guardava arsenal em oficina e era líder de quadrilha

No momento, você está visualizando Alvo do Gaeco, empresário guardava arsenal em oficina e era líder de quadrilha

Alvo do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que investiga uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas, o empresário Florisvaldo de Gaspari Favareto, 49 anos, guardava um arsenal em casa e na oficina localizada na Avenida Guaicurus, no Jardim Colibri, em Campo Grande. Ele é apontado como um dos líderes do grupo.

A casa e a oficina de Florisvaldo foram alvos dos policiais nesta quarta-feira (8) durante a Operação Traquetos. Na casa dele, foram encontradas: uma pistola 9mm; 66 munições de 9mm; 87 munições de fuzil 5,56; 107 munições de calibre 22; uma luneta e um registro de CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador).

Na oficina da Avenida Guaicurus, os policiais encontraram: uma espingarda calibre 12; uma carabina calibre 22; uma luneta; 150 munições de 9mm; 50 munições calibre 22; 50 de calibre 5,56; 25 calibre 12; 14 de .40 e 28 munições de .380.

Segundo a polícia, as munições de calibre .40 e 9mm apresentam indícios de ilegalidade “por inexistência de autorização legal para posse de munições deste calibre”. Além disso, há indícios de que Florisvaldo mantém em local ilegal uma de suas armas, o fuzil T4.

Líderes

Florisvaldo, ou “Gaspar”, e outros dois homens, identificados como Maicon Igo Barbosa Moreira, o “Gordinho”, e Wellington Aquino Braga, o “Tom”, são apontados como líderes da organização criminosa. São os responsáveis pela aquisição e transporte da droga “desde a compra do entorpecente com fornecedores, preparação dos veículos para o transporte e a venda”.

Os líderes faziam, ainda, a movimentação de valores e custeios das despesas. “(…) entre as quais a contratação de advogados para outros integrantes do grupo”, diz trecho da investigação. Maicon contava com a ajuda da esposa, que atuava na parte financeira do grupo. O casal usava a conta bancária da filha para movimentar o dinheiro do tráfico.

Operação

Além de Florisvaldo, 17 pessoas foram presas durante a Operação Traquetos na Capital. Entre elas, uma zootecnista de 42 anos, no residencial Dhama. No quarto dela, foram encontradas 15 munições de calibre 20, uma luneta e um Bipe, utilizado em arma de fogo. A mulher contou que não sabia da existência das munições, mas foi presa e levada à delegacia.

A ação cumpriu, ao todo, 18 mandados de prisão e 26 de busca e apreensão, contra membros da organização criminosa dedicada a traficar drogas, principalmente maconha, para os estados da Bahia, Goiás e São Paulo. Conforme o Ministério Público, a droga era destinada a partir de Ponta Porã e Bela Vista, cidades na fronteira com o Paraguai.

O grupo tinha ramificações nas cidades de Bela Vista, Jardim, Caracol, Nioaque e Aquidauana. “(…) esse grupo criminoso é estruturado, contando com uma grande rede de batedores e pontos de apoio nas cidades de Campo Grande/MS e de Aquidauana/MS, com o intuito de escoar a droga, que é adquirida na cidade de Bela Vista/MS”, destaca a investigação do Gaeco.

Os mandados foram cumpridos em Anastásio, Campo Grande, Corumbá e Coxim.

Defesa

O advogado de Florisvaldo de Gaspari, Cairo Frazão, informou que pedirá a revogação da prisão preventiva: “Entendemos que que nosso cliente preenche os requisitos para poder aguardar em liberdade, possibilitando uma melhor defesa”.

Frazão ainda destaca que a maioria dos armamentos encontrados com Florisvaldo são legais e sobre os que não são, os documentos serão apresentados no momento oportuno.

A reportagem não conseguiu contato com as defesas de Maicon Igo Barbosa Moreira e Wellington Aquino Braga.