Falta de manutenção, sujeira, lixo, mato alto, insegurança, sepulturas abertas e muitos, mas muitos focos do mosquito da dengue.
Visitar o túmulo de um ente querido no cemitério Santa Cruz no centro de Corumbá, é uma missão que demanda muita coragem, disposição, mas que desperta também, muita revolta na população que observa a falta de respeito do poder público, tanto com os munícipes, como com os que já concluíram sua passagem por esta vida.
“Até parece uma plantação, mas na verdade, é o mato alto que tomou conta do Cemitério”, reclama um dos poucos que se aventuravam a entrar no local nesta quinta-feira, 09 de fevereiro, quando a reportagem do Folha MS esteve no local.
As reclamações de munícipes têm aumentado nos últimos dias devido ao descaso. Eles pedem mais atenção do setor da Prefeitura responsável pela manutenção dos cemitérios. Além de causar péssimo aspecto às pessoas que acompanham os sepultamentos de seus entes queridos, o cenário chama a atenção pelo grande acumulo de lixo e focos do mosquito transmissor da dengue.
“É difícil até de encontrar o tumulo aqui, é tudo mato, sepulturas encobertas, gente estranha [se referindo a usuários de drogas] que ficam andando por aqui, sinceramente, é uma situação muito triste ver quem a gente tanto amou em vida nessa situação”, disse Maria Aparecida que desistiu de entrar no local ao ver o abandono que se encontra o espaço.
A cidade figura entre as cinco do estado com maior incidência da doença. No último boletim epidemiológico divulgado pela secretaria estadual de saúde, nesta quinta-feira (9), já eram 464 o número de casos suspeitos em apenas uma semana e mais de 90 confirmados.
Em poucos minutos no local, a reportagem encontrou até porta de geladeira abandonada entre os túmulos. Garrafas e vasos espalhados pelo chão também servem como criadouros do mosquito aedes aegypti