Corumbá (MS)- A 1ª Vara Criminal de Corumbá, condenou na última segunda-feira, 06 de fevereiro, cinco pessoas acusadas de terem participação no sequestro e tortura de um homem de 40 anos, que foi resgatado em uma ação conjunta das policias civil e penal no dia 12 de junho de 2022.
O grupo criminoso foi acusado de terem promovido um “julgamento” paralelo no que é conhecido como “tribunal do crime”, onde a vítima, após ser submetido a horas de tortura aguardava autorização de membros de uma facção criminosa para ser executado.
A justiça deu provimento a manifestação do Ministério Público Estadual que pedia a condenação dos réus pelos crimes de tortura, roubo e organização criminosa.
Com o julgamento, as penas estabelecidas para cada um dos participantes do ato criminoso foram dispostas da seguinte forma.
B.K.F.T.A foi condenada a 19 anos 3 meses e 235 dias de multa pelos crimes de organização criminosa, roubo, tortura e concurso material de crimes, em regime inicialmente fechado. A mulher também foi condenada ao pagamento de indenização à vítima no valor de R$ 5 mil reais e a devolução de R$ 500 reais que teriam sido roubados por ela no dia do crime.
A.S.S condenada a 7 anos, 3 meses e 15 dias de reclusão pelo crime de tortura em regime inicialmente fechado.
J.J.G.S Condenado a 8 anos, 2 meses e 15 dias de reclusão e 80 dias multa pelos crimes de tortura, concurso material de crimes e organização criminosa, em regime inicialmente fechado.
R.S.F Condenado a 04 anos e 22 dias de reclusão e 115 dias multa pelo crime de organização criminosa em regime inicial semiaberto, em cumprimento através de monitoramento eletrônico.
A.L.O.G.F Condenado a 04 anos 3 meses de reclusão e 97 dias multa pelo crime de organização criminosa inicialmente no regime semiaberto em cumprimento através de monitoramento eletrônico.
O caso
No dia 12 de junho de 2022, agentes da Polícia Civil de Corumbá os agentes da Polícia Penal, tomaram conhecimento dos fatos, após funcionários da empresa onde a vítima trabalha, relatarem que haviam recebido vídeos (veja no final da matéria), onde o homem aparecia sendo espancado e ameaçado de morte. Conforme as imagens enviadas para reportagem do Folha MS, os agressores o acusavam de ter abusado sexualmente de uma menina.
Apesar de negar os fatos, a vítima passou a ser agredido com socos, chutes, golpes de faca e outros objetos.
A vítima teria sido sequestrada no bairro Universitário na noite de sábado (11), e levado para o cativeiro, conhecido na gíria do crime como “cantoneira”, local onde ocorrem os “julgamentos” no tribunal do crime.
Lá, teria iniciado a sessão de tortura cometida por pelo menos cinco pessoas, entre elas, duas mulheres que faziam uso de tornozeleira eletrônica e um rapaz de 19 anos, que se dizia o executor e que seria o responsável por tirar a vida do homem.
Através das imagens, onde era possível observar que duas mulheres faziam uso de tornozeleiras eletrônicas e dos nomes citados no vídeo, a Polícia Penal conseguiu identificar e localizar os suspeitos em uma casa no bairro Guatós.
Os policiais se deslocaram para o endereço e ao chegarem no local, conseguiram visualizar pela fresta do portão, alguns indivíduos que apareciam nas imagens do vídeo que já circulavam nas redes sociais e grupos de mensagem no WhatsApp.
Ao perceberem a chegada da polícia, os suspeitos tentaram se esconder dentro do imóvel. Os policiais realizaram a incursão tática, encontrando o homem com diversos ferimentos pelo corpo e rosto, além de ter tido um dos braços quebrados.
Cinco pessoas foram presas em flagrante dentro do imóvel, sendo duas mulheres que faziam uso de tornozeleiras eletrônicas e três homens. Todos foram conduzidos ao plantão da Delegacia da Polícia Civil onde foram indiciados pelos crimes de Sequestro, tortura, cárcere privado e organização criminosa.