‘Feirão’ da defesa: advogados oferecem serviços a golpistas presos a R$ 1 mil por pessoa

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  • Post publicado:10 de janeiro de 2023
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A negociação era intensa na tarde desta segunda-feira, 9, nos corredores da Academia da Polícia Federal, em Brasília. Depois de um grupo de advogados ser levado a uma sala, a PF liberou os profissionais para conversarem com as primeiras pessoas detidas. Foram priorizados os idosos que estão detidos na unidade de Sobradinho, no entorno de Brasília.

Nos corredores da PF, advogados começaram a chamar pessoas, tentando agrupá-las por cidades ou Estados. “Quem aqui é de Brasília e região?”, gritava um advogado. O espanto foi geral, ao ouvirem que estavam detidos e que seriam encaminhados para o Complexo Penitenciário da Papuda.

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Fila de advogados que se foram à PF para representar detidos envolvidos com os atos de vandalismo em Brasília

Rodeado por um grupo de golpistas que carregavam mochilas e sacolas, um advogado dizia: “Eu preciso que, agora, vocês se atenham à prisão. Vocês têm advogados? Já constituíram advogados?” questionava, pedindo a uma auxiliar que pegasse um papel e uma caneta para anotar nomes e dados pessoais dos clientes potenciais.

Perguntado por um dos detidos sobre o valor dos seus serviços, o advogado foi direto. “Eu faço por R$ 1 mil o acompanhamento da oitiva (depoimento) e da briga pela audiência de custódia”, respondeu.

Cerca de 1,5 mil pessoas estão detidas no local. A Polícia Federal organiza o atendimento judicial aos grupos e a quem tiver interesse.

‘Hotelzinho de porta fechada’

Uma das preocupações dos detidos era saber, afinal, para qual área do Complexo Penitenciário da Papuda seriam encaminhados. Um dos advogados explicou que não não ficariam no meio de outros bandidos. “Vocês vão ficar na Papuda. É uma área especial, uma área custodiada, chamada quarentena, que é para quem ainda vai fazer audiência de custódia”, comentou. “É um hotelzinho de porta fechada, não é uma ala perigosa.”

Não há previsão de quando o trabalho com os advogados será concluído. Na tarde desta segunda-feira, 9, ônibus com mais pessoas detidas ainda entravam nas dependências da Academia da Polícia Federal. Os golpistas estão agrupados dentro de um tipo de ginásio que faz parte da estrutura da unidade da PF.

Durante as exposições dos crimes imputados aos detidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, advogados relataram acusações ligadas aos crimes da lei antiterrorismo e crimes de dano e de associação criminosa, além da “abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, e de tentativa de golpe de Estado, todos previstos no Código Penal.

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