Vereadores frustram população e rejeitam abertura de CPI na Santa Casa de Corumbá

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População compareceu para cobrar fiscalização na saúde por parte dos vereadores / Fotos: Folha MS
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  • Post publicado:16 de agosto de 2022

Corumbá (MS)- A sessão legislativa da Câmara Municipal de Corumbá nesta segunda-feira, 15 de agosto, foi marcada por protestos da população que compareceu em grande número, no plenário da Casa Barão de Vila Maria.

Reunidos para acompanhar o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para apurar supostas irregularidades na junta administrativa da Santa Casa de Corumbá, os cidadãos voltaram para casa frustrados com a recusa da grande maioria dos vereadores em assinar o pedido apresentado pelo vereador Chicão Vianna.

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Pedido foi apresentado pelo vereador Chicão Vianna

O pedido foi baseado nas inúmeras denuncias de má gestão de recursos públicos geridos pela junta interventora nomeada pelo Prefeito Marcelo Iunes, e com a divulgação de parte do relatório de uma auditoria, realizada na instituição por membros da Secretaria Estadual de Saúde a pedido do Ministério Público.

A morte de um bebê de apenas dois meses de idade, após ser deixado agonizando no corredor do pronto-socorro, por uma suposta negligência médica, foi a gota d’água, para revolta popular com a forma que vem sendo tratada a saúde pela gestão municipal.

A esperança de que os vereadores, cumprissem com o seu papel de fiscalizar o executivo municipal, responsável tanto pelo pronto-socorro como pela indicação da junta interventora que administra a Santa Casa foi por água abaixo.

A bancada formada por grande maioria declarada como “base aliada” do prefeito Marcelo Iunes, simplesmente virou as costas para população que no plenário, ficou indignada com a atitude dos parlamentares e começaram a vaiar a rejeição do pedido.

O presidente da casa, vereador Roberto Façanha, chegou a suspender a sessão alegando que só retornaria após se reestabelecer a “ordem” no plenário.

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População levou cartazes cobrando melhorias na saúde

De acordo com o vereador Chicão Vianna, eram necessárias apenas cinco assinaturas para que se desse entrada com o requerimento e a proposta fosse então, levada a votação em plenário.

“Fizemos essa primeira tentativa, necessitando apenas de cinco assinaturas, mas infelizmente não conseguimos, tivemos apenas a minha, e a do vereador Nelsinho Dib, a vereadora Raquel Bryk também já confirmou que irá assinar, os demais não quiseram assinar”, afirmou o parlamentar.

A falta de interesse dos parlamentares em fiscalizar as supostas irregularidades na Santa Casa de Corumbá, gerou revolta entre os presentes que decidiram abandonar o plenário e deixar os vereadores “falando sozinhos”.

“Isso é revoltante, estão todos comendo na mão do prefeito, na hora da eleição aparecem na porta da nossa casa falando em melhorar a saúde, não estão nem um pouco preocupados com a população, mas é bom, para o povo aprender e trocar todos esses que estão hoje ai”, afirmou Renata Sores.

Justiça por Ravy

O ato contou com a presença de familiares do pequeno Ravy. A criança de apenas dois meses, que após aguardar por atendimento médico, morreu agonizando no corredor do Pronto-Socorro municipal.

A mãe da criança denunciou negligência médica pela falta de atendimento. Ela afirma que enquanto suplicava para que fizessem algo pelo seu filho, medico e enfermeiras insistiam em dizer que o choro era normal, e repetiam que “criança chora mesmo”.

Ravy morreu em uma maca no corredor do pronto-socorro, algumas horas depois de dar entrada na unidade.

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