Corumbá (MS)- Uma passeata mobilizou dezenas de pessoas na manhã deste sábado, pelas ruas da região central de Corumbá. O ato, marcou o pedido de justiça pela morte do bebê Ravy, que ocorreu na noite da últimas segunda-feira, 25 de julho, no pronto-socorro municipal.

A caminhada teve início no ginásio poliesportivo, percorreu algumas ruas do centro e se encerrou na frente do pronto-socorro, onde os participantes estouraram balões brancos, chamando a atenção para que o caso não fique sem resposta.

À reportagem do Folha MS, Evelyn Arruda, mãe da criança, denunciou negligência médica no atendimento a seu filho, Ravy Luiz de Arruda Aldama, que teria, segundo ela, agonizado até a morte enquanto aguardava pelo atendimento, apesar da urgência do caso e dos pedidos desesperados de ajuda que fez aos profissionais que se encontravam na unidade.

O bebê chegou na unidade levado pelos profissionais do SAMU após passar por um procedimento de reanimação. Apesar do estado delicado, Evelyn contou que a caso passou a ser tratado como um engasgo, o que segundo ela não teria ocorrido.

Ignorando a atenção que a criança necessitava, o médico teria protelado o atendimento esperando a troca de plantão, e enquanto suplicava para que atendessem Ravy, ouvia das enfermeiras que era normal a criança chorar.

Causa da morte

A causa da morte atestada em boletim médico também é contestado pela família. Um suposto problema cardíaco congênito teria sido colocado como uma das causas da morte por um médico que sequer estava na unidade ou tenha presenciado o que ocorreu.

Os pais apresentaram inclusive, um exame realizado na criança em que atestava que ele não tinha nenhum problema cardíaco, como consta no atestado de óbito.

Após a morte do bebê de apenas dois meses de vida, a Secretaria de Saúde emitiu uma nota, dizendo que o menino teria sido assistido em “todo tempo”, mas as imagens registradas pela família enquanto lutavam para que a criança fosse atendida desmente a versão.

Outra contestação é quanto a um suposto caso positivo de covid-19, alegado pela secretaria de saúde. Evelyn relata que o teste rápido realizado na criança na sua presença teria dado negativo.

Após a repercussão do caso a prefeitura disse que irá abrir uma sindicância para apurar os fatos.