Polícia de SP apreende cocaína colorida que ‘escapa’ de cão farejador e narcoteste

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Cocaína colorida apreendida pela Polícia Civil de São Paulo, que estava dissimulada em produtos alimentícios - Divulgação/Polícia Civil
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  • Post publicado:27 de julho de 2022

O investigador colocou no saquinho do teste colorimétrico uma pequena porção da substância que jurava ser cocaína. Depois de adicionar e chacoalhar o reagente, o material não ficou azul como esperado, mas com um estranho marrom escuro. “Deu zoado”, admitiu o policial, conforme ficou registrado em vídeo.

Somente com testes mais complexos, realizados posteriormente pelo Instituto de Criminalista de São Paulo, foi confirmado que o investigador estava certo e que, na verdade, havia apreendido uma cocaína colorida que consegue escapar de testes rápidos e até de cães farejadores, segundo a polícia.

A apreensão da droga ocorreu na semana passada com uma mulher de 45 anos de origem filipina. Ela vinha sendo monitorada havia dois meses e, segundo a polícia, era ao menos a terceira vez que retornava ao Brasil. Em solo brasileiro, conforme investigação, sempre fazia um “bate-volta” de ônibus entre São Paulo e Campo Grande (MS), trazendo na volta falsos pacotes com alimentos.

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Quando foi presa, em um hotel na região central de São Paulo, com ela foram encontrados 35 quilos de cocaína nas cores marrom, vermelha e amarela, dissimulados em embalagens de achocolatado, suco de maça em pó e maca peruana. Ela foi presa em flagrante por tráfico de drogas.

“[É algo] Raríssimo. Eles colocam substâncias químicas que mitigam os odores da droga, impossibilitando, muitas vezes, que o cão farejador detecte a existência daquela cocaína. O narcoteste também dá [falso] negativo por conta dessas substâncias que são colocadas, que dissimulam a droga”, disse o delegado Fernando Santiago, chefe da equipe responsável pela apreensão.

Ainda segundo o policial, não se trata de uma droga nova no mercado, mas, sim, de uma artimanha utilizada pelos criminosos para tentar burlar a fiscalização policial. “Essa cocaína não ia ser servida ao consumidor final assim. Ela passa por um processo de limpeza e volta a apresentar o estado branco. O colorido dela é só para dissimular no transporte”, afirmou o delegado.

Aos policiais, a mulher disse que pegou a mala com um desconhecido em Campo Grande e que receberia instruções ao desembarcar em São Paulo, sobre qual seria o destino final daquela viagem. Não há no boletim de ocorrências informação de quanto ela receberia pelo serviço.

Santiago disse que a cada cem apreensões feitas pelo Denarc (narcóticos) menos de 1% se refere a cocaína colorida. “É muito raro porque não é todo mundo que consegue processar cocaína dessa maneira. Há um risco muito grande de se perder a cocaína, de estragar a droga. Porque precisa de um know-how para fazer isso, por isso acreditamos que seja uma cocaína colombiana. Normalmente, quando você dissimula cocaína assim, é para passar em aeroporto”, finaliza ele.