A Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul, liberou o início da vacinação contra Covid-19, para crianças de 3 a 5 anos, com a Coronavac, imunizante produzido pelo Instituto Butantã em parceria com o laboratório Sinovac.
A medida foi anunciada após o Ministério da Saúde ter orientado a aplicação ao grupo, com os estoques remanescentes disponíveis do imunizante.
Flávio Brito, titular da SES reafirmou que o estoque mantido atualmente em MS é suficiente para dar inicio de forma imediata a vacinação dentro desta faixa etária, público estimado em 87 mil pela pasta.
“Já tínhamos estoque para iniciar a aplicação, mas estávamos no aguardo de uma orientação quanto à dosagem”, pontuou.
De acordo com matéria veiculada no site Midiamax, Britto destacou, ainda, que o início da aplicação já pode ser imediato. Na manhã deste sábado, o gestor deliberou com a presidente do Cosems (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde), Maria Angélica Benetasso, a publicação da portaria autorizativa com base na norma técnica do Ministério da Saúde.
Nova remessa pode demorar
Ao recomendar que sejam utilizados os estoques existentes nos Estados e municípios, o Ministério da Saúde também afirmou que segue em tratativas para aquisição a de novas doses e que anunciará um cronograma para entrega de doses adicionais aos Estados.
Porém, de acordo com o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, o Instituto Butantan – fabricante do imunizante e responsável pela distribuição no Brasil – há poucas doses do imunizante para o novo grupo.
Gorinchteyn pediu para que esses lotes sejam reservados para quem ainda não completou o esquema vacinal, ao menos em São Paulo. Acerca de doses vindas da China, no entanto, o secretário relatou que a importação poderia demorar até 45 dias.
Até o momento, o Rio de Janeiro foi um dos poucos municípios a anunciar cronograma para vacinar a nova faixa etária. Na capital carioca, crianças de 4 anos já puderam receber a primeira dose da Coronavac nesta sexta.
Aprovação na Anvisa
A Coronavac já era aprovada para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos no Brasil. Na ocasião da aprovação, o Butantã já havia pedido liberação para o público de 3 a 5 anos. Porém, a Anvisa considerou que os dados apresentados ainda eram incipientes.
A avaliação técnica para ampliação do público, ocorrida nesta semana, levou em consideração novos indicadores, dentre eles, estudo de efetividade realizado no Chile, que mostrou 55,06% de efetividade da Coronavac na prevenção de hospitalização de crianças de 3 a 5 anos.
A sugestão da área técnica é para que a aplicação da Coronavac ocorra em crianças de 3 a 5 anos que não sejam imunocomprometidas (como crianças em tratamento para câncer ou transplantadas). A dosagem para essa faixa etária deve ser a mesma da de adultos e o intervalo entre as doses, de 28 dias.
A vacinação de crianças menores de 5 anos já ocorre em outros países, como os Estados Unidos, que liberaram o uso emergencial das vacinas da Moderna e da Pfizer em bebês a partir de 6 meses de idade. No Chile, a Coronavac é aplicada desde dezembro do ano passado em crianças a partir de 3 anos. China e Hong Kong também aplicam a Coronavac em crianças menores de cinco anos.