Corregedoria da ALEMS vai analisar denúncia contra deputado que deu tiros em sessão

No momento, você está visualizando Corregedoria da ALEMS vai analisar denúncia contra deputado que deu tiros em sessão

Campo Grande (MS)- Nos próximos 30 dias, a Corregedoria da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul deverá analisar, a denúncia apresentada por três deputados estaduais contra João Henrique Catan (PL). O parlamentar, que estava participando de sessão por videoconferência, atirou três vezes contra um alvo em clube de tiro.

Na sessão de 17 de maio, Catan votou a favor de um projeto de sua autoria, que reconhece o risco da atividade de atirador desportivo.

“Um povo armado jamais será escravizado. Esse projeto é um tiro de advertência no comunismo e na mão leve que assaltou o País, então uma salva de tiros”, declarou e em seguida, disparou pelo menos três tiros ao vivo.

O ato provocou perplexidade e revolta na mesma sessão. No dia seguinte, o parlamentar se justificou na tribuna. “Mostrei e mostraria o porte que eu conquistei com muito esforço. O projeto não tem nada a ver com uma picuinha ou alegação aqui nesta Casa”, limitou-se a dizer.

Insatisfeitos com o posicionamento, Paulo Duarte (PSB), Pedro Kemp (PT) e Amarildo Cruz (PT) acionaram a Corregedoria contra Catan ainda na semana passada. Segundo o Código de Ética e Decoro Parlamentar da Alems, o órgão tem 30 dias para emitir um parecer.

“Mesmo online, qualquer local de onde o deputado participa da sessão é uma extensão do Plenário, e o regimento deve ser respeitado, não fazendo sentido manifestações daquele tipo”, declarou Duarte. “Entendo que o limite da democracia, do bom senso e da natureza da nossa função é fundamental para nós preservarmos o debate e o direito ao contraditório”, pontuou Cruz.

Kemp explicou que, caso a Corregedoria acolha a denúncia, a Comissão de Ética será instalada para discutir o caso.

“A representação é para a Corregedoria abrir sindicância e apurar se houve comportamento incompatível com o decoro parlamentar. Se concluir que houve, vai para a Comissão de Ética que decide pela punição, podendo ser uma advertência até cassação do mandato”, detalhou.

Se a Corregedoria decidir que não há fatos suficientes, o processo é arquivado. Em caso contrário, a Comissão de Ética designa um relator, que terá 45 dias para dar parecer. Catan, após ser formalmente comunicado, terá 30 dias para se defender.

A punição seguirá o parecer, que pode ser desde censura verbal ou por escrito, suspensão ou cassação do mandato.