Dica da Semana: “Thelma & Louise”
Pioneiro do protagonismo feminino nos cinemas, o filme sobre uma inusitada viagem de carro de duas amigas fala sobre liberdade e opressão
Mesmo mais de 30 anos depois de seu lançamento nos cinemas, “Thelma & Louise” ainda é um filme que está nas listas de clássicos do cinema que devem ser vistos por todas as gerações. Um dos pioneiros na representatividade feminina e seu empoderamento nas telas, o longa foi indicado a cinco categorias do Oscar na época, tendo vencido o prêmio de Melhor Roteiro Original em um tempo onde ver duas mulheres protagonistas em uma narrativa que não as sexualizava era algo inédito. Além disso, as atuações inesquecíveis de Susan Sarandon, Geena Davis e Brad Pitt contribuíram para que esse fosse um filme memorável na história do cinema.
Dirigido por Ridley Scott, o enredo começa quando duas amigas cansadas da vida monótona que levam resolvem largar os relacionamentos e trabalhos conturbados para curtir um fim de semana na estrada. Assim, a jovem dona de casa (Thelma) e a garçonete quarentona (Louise) embarcam em uma viagem de carro prontas para esquecer dos seus problemas. Porém, depois de Thelma sofrer uma tentativa de estupro em um bar, Thelma acaba assassinando o agressor em defesa da amiga. Desesperadas pelo crime cometido, as duas iniciam uma fuga em direção ao México enquanto são perseguidas pela polícia.
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Com a estrada como uma metáfora para a liberdade, ao longo dessa jornada a trajetória de ambas as mulheres irá mudar drasticamente. Sendo assim, o filme evidencia como as pressões de uma sociedade machista aprisiona as mulheres em uma vida muitas vezes infeliz e limita as suas escolhas pessoais de tal forma que até atitudes drásticas parecem ser mais plausíveis do que o retorno para uma realidade opressora assim. Com duas personagens incríveis em sua forma única de ser, o filme pode não ser perfeito mas possui uma importância e pioneirismo inegáveis, que o fazem relevante até os dias de hoje. “Thelma & Louise” está disponível na Amazon Prime Video.
Link para o trailer de “Thelma & Louise”
Amor ou amizade
Quando uma amizade inesperada acaba despertando sentimentos surpreendentes, dois meninos reavaliam suas concepções sobre amor e individualidade
Uma adaptação da história em quadrinhos digital de Alice Oseman, a nova série original da Netflix chegará dia 22 de abril com o título “Heartstopper”. A obra original foi lançada em 2014 e conquistou o público jovem desde então, muito pela forma natural como trouxe a temática LGBTQIA+, mostrando que jovens gays também têm o direito de se relacionar sem que isso seja um grande tabu. Ainda assim, a história problematiza os preconceitos que seus protagonistas sofrem, uma vez que estes não podem ser normalizados, mas os faz sem que esse seja o foco principal, abrindo espaço para um romance envolvente e muito sincero.
A série gira em torno de dois adolescentes em uma escola só para meninos na Inglaterra. De um lado está Charlie, um jovem abertamente gay que não tem medo em assumir a sua sexualidade para os outros, e do outro está Nick, um dos melhores jogadores de rugby da escola e um menino sensível e carinhoso. Apesar de ambos viverem em mundos bastante diferentes, os dois acabam se sentando juntos em uma classe e uma amizade inesperada surge entre os dois. Porém, conforme o tempo vai passando, Charlie começa a se apaixonar por Nick, o problema é que o jogador se identifica como hétero, o que torna as coisas bem difíceis para o primeiro.
Conforme a história vai se desenrolando, Nick começa a se interessar cada vez mais pelo seu amigo, o que o faz questionar sua sexualidade e até mesmo a forma como o mesmo se vê no mundo. Com isso “Heartstopper” é uma história divertida e romântica sobre descobertas da adolescência que irá abordar desde temas como lealdade, amor e amizade até assuntos mais pesados – porém muito importantes de serem pontuados e uma história ambientada nessa faixa etária – como doenças mentais e a pressão da sociedade em cima das escolhas individuais dos jovens.
Link para o trailer de “Heartstopper”
Novo de novo
O reboot de “Anos Incríveis” chega na Disney Plus no dia 20 de abril como uma nova perspectiva
Um grande sucesso dos anos 1980/90, “Anos Incríveis” foi uma série americana de seis temporadas, com uma abertura antológia embalada pela música “With a little help from my friends”, dos Beatles, numa versão cantada por de forma visceral por Joe Cocker. A série acompanhava a vida do adolescente Kevin Arnold no final dos anos 1960 enquanto era narrada pelo próprio já adulto, 20 anos depois. Além de ter tido muita popularidade, a série também foi bastante premiada pela crítica na época, tendo vencido quatro Emmys – sendo um deles de melhor comédia. Sendo assim, quando a Disney anunciou que iria encabeçar um reboot da série, os fãs da produção original puderam ficar felizes em reviver um dos maiores sucessos de sua geração. A nova versão chega à Disney Plus no dia 20 de abril.
Apesar de também se passar nos anos 1960, a proposta do reboot não é contar a mesma história que já foi abordada no original, mas sim trazer uma nova ótica ao modelo de narrativa que deu tão certo nos anos 1990. Sendo assim, a nova versão terá como foco os Arnolds, uma família negra de classe média que mora em Montgomery (Alabama), uma cidade do subúrbio norte-americano. Ao longo dos episódios, os espectadores poderão acompanhar o cotidiano dos personagens e todas as dificuldades características do período da passagem da infância para a adolescência.
Além disso, a série também irá abordar as questões raciais vivenciadas pela família, que enfrenta o preconceito e a segregação de forma muito intensa, mesmo possuindo uma condição de vida confortável em termos financeiros. Assim, os novos “Anos Incríveis” ganham uma nova camada de profundidade nas discussões que são colocadas para os espectadores, evidenciando situações que, infelizmente, até os dias de hoje ainda fazem parte do cotidiano das pessoas negras. A forma do reboot buscar por uma maior diversidade acompanha a tendência das produções mais atuais e dialoga melhor com a nova geração, que tem como uma forte reivindicação a busca por representatividade na mídia.
Link para o trailer de “Anos Incríveis”