Alta da inflação surpreende o Banco Central; mercado prevê alta nos juros

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A alta de 1,62%, em março, no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, surpreendeu o mercado e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Com isso, foi desencadeada uma nova onda de revisões das estimativas para os índices do custo de vida e os juros, ambos para cima, ampliando as apostas de que o BC não conseguirá cumprir a meta inflacionária deste ano e do próximo.

“A inflação do índice mais recente foi uma surpresa. Eu tinha mencionado a velocidade mais rápida da passagem do aumento do combustível na bomba, e parte foi isso. Mas houve outros elementos, como vestuário e alimentos (que tiveram altas de preços). Essa surpresa se fez em vários países, mas a realidade é que nossa inflação está muito alta e os núcleos estão muito altos, além de ser mais persistente”, disse o presidente do BC, ontem, em evento virtual organizado por TC Mover e Arko Advice.

De acordo com Campos Neto, como ainda há defasagem nos preços dos combustíveis no mercado interno, ele e os demais diretores do BC devem analisar melhor os dados na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 3 e 4 de maio. “Vamos analisar os fatores que estão gerando essas surpresas inflacionárias e comunicar no momento mais apropriado”, afirmou. Na última reunião do Copom, a taxa básica de juros (Selic) foi elevada em um ponto percentual, para 11,75% ao ano, e o BC sinalizou que fará, no próximo mês um ajuste da mesma magnitude, para 12,75%.

Salto

Em março, de acordo com o IBGE, o IPCA acelerou e atingiu 1,62%, frente à alta de 1,01% de fevereiro, acumulando salto de 11,30% em 12 meses. Foi a maior variação para o mês desde março de 1994, pouco antes do início do Plano Real. Nos três primeiros meses do ano, o IPCA avançou 3,20%, e já encostou na meta de inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o ano, cujo teto é de 5%.

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