Polícia apura ligação de chacina a atentado contra traficante há 13 dias

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A chacina de quatro pessoas na noite de ontem (5) em Ponta Porã (a 313 km de Campo Grande) pode ter ligação com o atentado à mansão do narcotraficante paraguaio Ederson Salinas Benítez, 32, o “Ryguazu”, ocorrido na noite de 24 de março deste ano.

Fontes policiais ouvidas pela reportagem afirmaram, na condição de ficarem no anonimato, que entre os cinco alvos dos matadores estariam membros do grupo que atacou a tiros de fuzis e pistolas a casa de Salinas em Pedro Juan Caballero.

Considerado aspirante a chefe do tráfico na linha internacional, Salinas Ryguazu é ligado ao bandido brasileiro Sérgio de Arruda Quintiliano Netto, o Minotauro, preso em Balneário Camboriu (SC), em fevereiro de 2019.

Na noite de 24 do mês passado, ele estava sozinho com a namorada, uma brasileira de 28 anos de idade moradora em Ponta Porã, quando os homens armados invadiram a casa para matá-lo. Armado com uma pistola 9 mm, Salinas trocou tiros com os pistoleiros e depois se escondeu em um quarto fortificado no segundo piso, onde permaneceu até a chegada da polícia.

Um dos alvos principais seria Luis Vareiro Amarilha, 27, o “Chorão”. Ele e Geovani Souza da Silva, 29, foram os primeiros a serem executados pelos três pistoleiros que invadiram o espaço de lazer durante festa de aniversário, por volta de 21h35 de ontem.

O Campo Grande News apurou que cada um deles recebeu pelo menos dez tiros de fuzil e de pistola. Josimar Cáceres de Oliveira, 31, e Venâncio Cabreira, 39, foram mortos com apenas um tiro na cabeça.

Não há informação sobre quantos tiros acertaram Salim Habib Ramos Almeida Lopes, 28, que sobreviveu e está hospitalizado em estado grave. Os corpos dos quatro homens mortos na chacina passaram o dia sendo examinados no IML (Instituto Médico Legal) de Ponta Porã, mas ainda hoje, todos serão liberados aos familiares.

A chacina

Três homens vestidos com roupas camufladas desceram de uma caminhonete Amarok branca invadiram o espaço de eventos “Lazer Fênix”, localizado na Avenida Belmiro de Albuquerque, quase esquina com a Rua Pedro Ângelo da Rosa, no Residencial Ponta Porã II. No local, acontecia a festa de aniversário de um amigo de Luis Vareiro.

“Polícia do Paraguai”, teriam afirmado, segundo testemunhas oculares da chacina. Eles usavam roupas táticas camufladas, semelhantes ao uniforme das forças armadas do Paraguai. Pelo menos outros cinco bandidos ocupando outros veículos ficaram do lado de fora, dando apoio ao ataque.

As testemunhas afirmam que os pistoleiros não atiraram a esmo. Eles sabiam exatamente quem seriam os alvos. Após identificá-los entre os convidados, os executaram a tiros na frente das outras pessoas.

A namorada de Luis Vareiro disse que antes de irem embora, os matadores vasculharam o carro do rapaz, um importado da Nissan que estava estacionado no interior do salão. Vareiro foi o único em que a reportagem não conseguiu localizar fotos nas redes sociais. No sistema da polícia, também não há imagens dele.