Após seis anos, as portas da Catedral de Nossa Senhora da Candelária foram reabertas à população corumbaense na noite dessa sexta-feira, 25 de março. A cerimônia religiosa reuniu autoridades civis, eclesiásticas, militares e foi presidida pelo bispo diocesano João Aparecido Begamasco. Todos os padres da Diocese de Corumbá participaram do ato de dedicação da Matriz, uma das mais antigas de todo do Mato Grosso do Sul. O ritual católico contou ainda com a participação do arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa.
Mais de R$ 2,2 milhões foram investidos na restauração completa da Catedral de Nossa Senhora da Candelária, sendo mais de R$ 1,7 milhão do Governo Federal, via IPHAN, e quase R$ 600 mil de recursos próprios do Município. As intervenções foram todas supervisionadas por técnicos do IPHAN e buscaram valorizar a estética original e incluem pintura, piso, elétrica, hidráulica e recuperação interna da torre e dos sinos. A Matriz foi construída por Frei Mariano de Bagnaia no século 19 e, desde 2017, é Patrimônio Histórico e Cultural de Corumbá. Em 2021 foi tombada pelo governador Reinaldo Azambuja como Patrimônio Histórico Material de Mato Grosso do Sul.
Cerimônia
A cerimônia de reabertura da Matriz de Nossa Senhora da Candelária começou com uma procissão levando a imagem da Santa da Igreja Nossa Senhora da Caacupê de volta à Catedral. Na praça da República, onde uma quermesse foi preparada pela Diocese, o cortejo foi muito aplaudido pela população que já aguardava o início da missa.
A abertura do portão também emocionou os fiéis. Durante a solenidade católica, dois momentos também foram ovacionados pelos presentes: a entrada da imagem da Santa e o acendimento de todas as luzes da Igreja, feita já na fase final rito litúrgico. Com a Matriz toda iluminada, a população pode contemplar toda a beleza histórica de um dos templos mais antigos e famosos de todo o Mato Grosso do Sul.
A Igreja
A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária abriga diversas relíquias religiosas e curiosidades. As paredes medem de 60 centímetros a dois metros e meio de espessura, sendo que uma delas guarda uma curiosidade. Próximo ao altar principal, do lado esquerdo, está o túmulo de Dom Vicente Maria Priante, fundador da congregação das “Irmãs de Jesus Adolescentes”, que foi sepultado em 1894.
Logo na entrada do templo, uma pia armazena água benta, fruto de doação à paróquia por uma tradicional família corumbaense, há mais de 100 anos. Dentro do local santo, há um confessionário datado de 1874, onde Frei Mariano ouvia os fiéis. Entre as relíquias está um conjunto de quatro sinos de ferro fundido, instalados na época da fundação na torre da catedral. Neste mesmo local está um relógio que entrou para o folclore popular após episódio lendário. O objeto teria sido o pivô do desapontamento de Frei Mariano com o povo corumbaense.
Doadas pela família de Alfonso Aldorno Santa Lucci, em 1982, há duas peças em madeira, sendo uma réplica em madeira do quadro “Primeira Missa no Brasil”, de Victor Meirelles. Confeccionado em mesmo material, um oratório retrata outra produção artística: a Pietá, imagem clássica em que Nossa Senhora aparece com Cristo nos braços. A imagem de Nossa Senhora da Candelária, padroeira da cidade, é uma das peças mais antigas da Igreja Matriz, tendo sido totalmente restaurada, além de duas peças que retratam Jesus Cristo crucificado e um esplendor. O acervo também abriga uma peça de Nossa Senhora de Fátima talhada em madeira, documentos e livros do fundador da igreja.
- Com informações Ascom PMC