Instalação de radares aumentou apreensões de drogas em MS

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Radar vai reforçar o monitoramento aéreo na região de fronteira com a Bolívia / Fotos: Erik Silva
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  • Post publicado:19 de março de 2022
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Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) mostram que as apreensões de cocaína aumentaram 616% nos dois primeiros meses do ano em Mato Grosso do Sul.

No primeiro bimestre do ano passado as forças de segurança tiraram de circulação, no Estado, pouco mais de 128 quilos de cocaína, contra os 918,7 quilos interceptados pelas forças estaduais de segurança em janeiro e fevereiro deste ano.

Somando a este total, as apreensões realizadas até o dia 14 de março, o aumento é de 1.114% no comparativo com o mesmo período de 2021, ultrapassando 2,1 toneladas de cocaína apreendidas em Mato Grosso do Sul este ano.

As apreensões realizadas nos primeiros 14 dias de março incluem duas grandes cargas, sendo uma de 483,6 quilos, interceptada pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) da Polícia Civil, no dia 8, na MS-040, em Campo Grande, e a outra de 540 quilos, tirada de circulação pelos homens do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), no último dia 10, na MS-280, em Laguna Carapã.

Radares

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Radar reforçou o monitoramento aéreo na região de fronteira com a Bolívia / Fotos: Erik Silva

No início de fevereiro o DOF apreendeu mais de 1 tonelada de cocaína, em uma propriedade rural localizada na Linha Internacional, próximo a uma pista de pouso existente entre Coronel Sapucaia e Paranhos. O coronel Wagner Ferreira da Silva, diretor do DOF, acredita que a instalação de radares na fronteira com o Paraguai e a Bolívia, contribuíram para esse aumento nas apreensões de cocaína.

“O que a gente tem percebido aqui na região de fronteira, é que houve uma mudança de estratégia e rotas por parte do crime organizado, por conta da instalação dos radares na fronteira com o Paraguai, em Porto Murtinho e Ponta Porã, e com a Bolívia em Corumbá”, afirma.

Com os traficantes enfrentando dificuldades para colocar cocaína em solo brasileiro, via região do Pantanal, segundo o coronel Wagner, a cocaína entra primeiro no Paraguai por via aérea e na sequência é transportada por terra para o Brasil. “Essa entrada acontece mais pela região do Paraguai e, com isso, houve um aumento nas apreensões de cocaína, principalmente aqui na região sul de Mato Grosso do Sul”, assegura.

O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, atribui o expressivo aumento nas apreensões de cocaína aos investimentos em equipamentos, viaturas, capacitações e inteligência, que segundo ele, tem sido desenvolvida em parceria com os países vizinhos e com as outras instituições de segurança pública na esfera federal.

“Face a repressão feita no espaço aéreo com os radares e nas rodovias, com o aumento do policiamento proporcionado pela Operação Hórus, por exemplo, fez com que os traficantes voltassem a realizar o transporte de forma fracionada, via aérea dentro dos países vizinhos com aeronaves voando a baixa altitude e via terrestre e aquática em território brasileiro”, explica.

Por água

Segundo Videira, outra modalidade que vem sendo adotada pelos criminosos para colocar a cocaína em território brasileiro, é o transporte do entorpecente pelos rios, em barcos. “Também tivemos apreensões de grandes quantidades de cocaína, que foram transportadas por exemplo pelo rio Aquidauana, até o município, onde seria embarcada em caminhões, mas graças a eficiência dos nossos policiais a droga acabou apreendida”, afirma.

Investimentos, aumento no policiamento proporcionado pela Operação Hórus e expertise policial, combinação que segundo o coronel Wagner tem ajudado a fechar o cerco contra o tráfico em Mato Grosso do Sul. “São fatores que permitem uma atuação mais precisa e seletiva em cima dos alvos”, finaliza.

Outras drogas

De 1º de janeiro a 14 de março deste ano, as forças de segurança estaduais também apreenderam em Mato Grosso do Sul 75 toneladas de maconha, 1,4 tonelada de pasta base de cocaína, 535,4 quilos de skunk e 28,7 quilos de crack, totalizando mais de 79,1 toneladas de drogas.

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