Protesto de Transportadoras fecha acesso ao Porto Seco de Corumbá

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  • Post publicado:14 de março de 2022
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As empresas de transporte rodoviário de cargas e logística de Corumbá e Ladário (Setlog Pantanal) e caminhoneiros, fecharam na manhã desta segunda-feira, 14 de março, o acesso ao  porto seco da Receita Federal na região (Agesa).

De acordo com o sindicato da categoria, a previsão é de que o protesto seja realizado nesta segunda e terça feira (14 e 15).

A Agesa é o principal corredor rodoviário de comércio exterior do Brasil com a Bolívia. Por dia, deveriam passar pelo canal vermelho – onde é feita a checagem da documentação e da carga, pelo menos 200 caminhões e carretas.

Segundo o presidente Setlog Pantanal, Lourival Júnior, a manifestação é contra o atraso na liberação dos veículos de carga em razão da operação padrão dos auditores fiscais da Receita Federal.

A operação foi iniciada em 27 de dezembro de 2021, como uma das ações de protesto da categoria pelo corte de 52% no orçamento da Receita para 2022 e ainda pela não regulamentação do pagamento do bônus de eficiência da categoria, que foi acordada em 2016, e pela falta de concurso público para o cargo desde 2014.

Lourival Júnior diz que antes da operação, a liberação de uma carreta ou caminhão no canal vermelho da Agesa demorava no máximo 2 dias, mas que agora chega a 15 dias. “Os prejuízos são incalculáveis. As empresas de transporte de Corumbá e da região estão quebrando”.

porto seco corumba
Pátio da Agesa registra demora de até 15 dias para liberação de veículos

Fila nas aduanas

Na última quinta-feira (11), Mato Grosso do Sul tinha mais de 482 carretas e caminhões aguardando a liberação nas unidades alfandegárias da Receita Federal nas fronteiras com a Bolívia e o Paraguai. O atraso ocorria em razão da operação padrão dos auditores.

Das três aduanas em que a operação padrão ocorre a maior fila era na Agesa, em Corumbá. Na unidade, 378 carretas estão no pátio e 24 estão fora, aguardando senhas. A liberação no canal vermelho da alfândega – onde é feita a conferência dos documentos e das cargas, demora de 12 a 15 dias.

Já em Ponta Porã, unidade alfandegária da fronteira com o Paraguai, o número de carretas e caminhões com cargas aguardando a liberação era de pelo menos 80. Na aduana, a liberação que era feita em no máximo um período do dia, agora demora mais de 24 horas.

Mundo Novo, também na fronteira com o Paraguai, era a única aduana do estado, que pelo pequeno volume de transporte de cargas não registrava fila para o despacho aduaneiro.

O presidente do Sindifisco Nacional em Mato Grosso do Sul, Anderson Novaes, destaca que os atrasos e a fila de caminhões já eram efeitos previstos da operação e que a categoria alertou a direção da Receita Federal e o Ministério da Economia desde dezembro do ano passado, quando a ação começou.

“Apesar de mais de dois meses de iniciada a operação padrão e outras ações da mobilização da categoria, o governo federal permanece inerte diante da nossa pauta de reivindicações, o que fez com que o movimento se fortalecesse e as iniciativas se fortalecessem. A categoria está mais unida do que nunca e não vamos retroceder”, assegurou.

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