O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e a Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo (ACERT) assinaram, na manhã desta segunda-feira (31), em Corumbá, um termo de cooperação, que prevê o desenvolvimento e ampliação de projetos de preservação, conservação e monitoramento da Serra do Amolar, em Mato Grosso do Sul, e do Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense com a atividades do Turismo de Pesca Esportiva, na modalidade Pesque e Solte.
O presidente do IHP, coronel Ângelo Rabelo, explica que não tem nenhuma legislação que determina fazer a captura e soltar. É uma iniciativa procurando construir uma estratégia de médio e longo prazo.
“Foi justamente o processo de amadurecimento que, de forma voluntária, a ACERT começou a discutir com o IHP ações conjuntas que evoluíram para práticas que são sustentáveis. O pescado vai ser monitorado para efeito de avaliação do que está sendo capturado e solto. Além disso, vamos identificar a localização deste pescado. A partir daí, construímos um processo junto com a comunidade, além de sustentável para todos os atores. Estamos caminhando com um pé no presente e outro no futuro e para isso trazendo a parceria do ICMBio e CEPTA (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais) para fortalecer as estratégias”, afirma Rabelo.
Para o presidente da Fundação de Turismo do Estado (FundTur), Bruno Wendling, essa parceria é muito importante e vai no rumo do turismo responsável, melhoria do serviço prestado e conservação dos ativos do Pantanal.
“Vai melhorar ainda mais a experiência do turista, não só das atividades de pesca esportiva, mas também do ecoturismo em uma das regiões mais belas do Pantanal, que é a Serra do Amolar. A Fundação está junto na região, com projetos na Serra do Amolar, apoiando a formatação de novos produtos de experiências focados na conservação e também, agora, com novo projeto de turismo de base comunitária que também vai ter atuação nessa região tão importante”, antecipa Wendling.
O presidente da ACERT, Luiz Martins, afirma que a parceria vai permitir que as pessoas enxerguem o turismo de pesca como parceiro da preservação. No ano passado, por exemplo, o pesque e solte assegurou que 160 mil peixes não fossem retirados do Rio Paraguai. Esta quantidade de peixes equivale a aproximadamente 270 toneladas.
“A ACERT busca pela sustentabilidade desde a sua fundação. Aqui, já chegamos a adotar uma cota de pescado abaixo do que a legislação previa. Nós somos os maiores aliados da preservação do Pantanal e suas espécies. Além disso, o turismo de pesca gera renda para a comunidade ribeirinha. Hoje, 95% das iscas, são isca viva. Ou seja, os turistas compram as iscas da comunidade e, assim, gera uma renda significativa, assegurando sustentabilidade para as famílias. E falando em família, demos um salto de qualidade na infraestrutura dos barcos hotéis e com isso, assegurando mais conforto e a procura por mais famílias de turistas para a atividade da pesca”, afirma Martins.
Ainda segundo Martins, “a modalidade Pesque e Solte amplia a conscientização de seus praticantes para com a manutenção do meio ambiente e da consequente preservação das espécies de peixes a serem capturados, pois eles são o alvo, o princípio, a sustentação do esporte. Diante dessa conscientização a modalidade, a mais adotada na pesca esportiva, é reconhecida, hoje, em todo o mundo, como prática esportiva ecologicamente correta, uma vez que pouco dano causa ao ecossistema, fazendo de seus praticantes e agregados fortes aliados à preservação ambiental”.
Tiveram fala no evento: o presidente do IHP, Ângelo Rabelo, o vice-presidente da Acert representando o presidente, Luiz Felippe Nimer, o vice-prefeito de Corumbá, Dirceu Miguéis, a diretora de mercado da Fundação de Turismo de MS, Karla Martins Cavalcanti e a empresária associada da Acert, Joyce Carla.
Marcaram presença também, representantes da Fundação de Meio Ambiente de Corumbá, Fundação de Turismo do Pantanal, Comtur Corumbá, Embrapa Pantanal, IFMS Unid. Corumbá e Polícia Militar Ambiental. Todas as instituições, também apoiam a iniciativa.
Sobre a ACERT
A Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo é uma organização independente, instituída e mantida pela iniciativa privada, focada na promoção do destino de Corumbá e todo o Pantanal e ao fomento da economia local, com respeito ao meio ambiente.
A associação reúne, atualmente, 19 barcos hotéis, 3 hotéis, além de casas de materiais de pesca e concessionárias de motores. Somente em folha de pagamento, os associados da ACERT injetam, em Corumbá e região, cerca de R$ 30 milhões por ano.
Desde a sua fundação, 1985, a associação propõe e apoia ações em defesa da sustentabilidade do Pantanal, participando efetivamente de debates sobre os rumos e medidas de ordenamento da Pesca Esportiva no Pantanal. Sempre apoiou o sistema de cotas, e há cerca de dez anos trabalha junto ao Governo do Estado para a adoção da cota zero. Desde 2019, 90% das empresas associadas da ACERT adotam a prática do Pesque e Solte.
A Associação trabalhou fortemente também para a proibição da pesca do dourado, que já é proibida por lei no município de Corumbá desde janeiro de 2012, e no estado desde janeiro de 2019.
Sobre o IHP
Fundado em 2002, o IHP é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que atua na gestão de áreas, conservação e preservação do bioma Pantanal e da cultura local. Sua missão é “Preservar o Pantanal”. Tem sede em Corumbá – Mato Grosso do Sul.
Como programa principal da Instituição, está a gestão do Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar (Rede do Amolar), criado em 2008 e que tem como finalidade propor ações de gestão integrada entre as organizações parceiras para proteção de 276.000 hectares, sendo que 201.000 hectares legalmente protegidos. A iniciativa surgiu a partir da parceria entre IHP, Instituto Acaia Pantanal, Fazenda Santa Tereza, Fundação Ecotrópica e Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense/Instituto Chico Medes (ICMBio) e Policia Militar Ambiental.