O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios rejeitou uma ação que pedia a prisão do jornalista William Bonner, da TV Globo, por incentivar a vacinação contra a COVID-19 em crianças e adolescentes. A decisão foi divulgada neste domingo (16/1).
Na ação, o jornalista é acusado de participar de uma suposta organização criminosa para falar sobre os impactos positivos do imunizante no combate à pandemia.
Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, o pedido de prisão foi feito pelo bolsonarista e ex-candidato a deputado distrital pelo PSol, Wilson Issao Koressawa. Ele acusa o apresentador do Jornal Nacional de cometer os crimes de indução de pessoas ao suicídio, de causar epidemia e de “envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo”.
Em sua decisão, a juíza Gláucia Falsarella Pereira Foley classificou o pedido de prisão de Bonner de “delírios negacionistas”.
“O poder Judiciário não pode afagar delírios negacionistas, reproduzidos pela conivência ativa – quando não incendiados – por parte das instituições, sejam elas públicas ou não”, diz Foley em trecho da decisão.
A magistrada destacou ainda o exercício da liberdade de imprensa e o direito destes profissionais de proferir críticas.
“Para [o professor] Eugênio Bucci, aliás, mais do que direito do jornalista, a liberdade de informação é direito do cidadão e dever da imprensa”, escreveu a juíza.
Em 2020, Wilson Issao Koressawa impetrou um pedido de prisão no Superior Tribunal Militar (STM) contra 40 autoridades consideradas antagonistas do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em 2020, Wilson Issao Koressawa impetrou um pedido de prisão no Superior Tribunal Militar (STM) contra 40 autoridades consideradas antagonistas do presidente Jair Bolsonaro (PL).
À época, foram alvos da ação: o presidente da Rede Globo, José Roberto Marinho; os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF); 25 governadores, exceto o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-RJ); e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, o último a ser citado, segundo o site Metrópoles.