Corumbá (MS)- O ano de 2021 está terminando com uma conta bem “salgada” para o bolso do já convalido contribuinte corumbaense.
Ainda sem contabilizar o pagamento dos salários referente ao mês de dezembro, o Portal da transparência da Prefeitura de Corumbá, traz a informação que a população já arcou com mais de R$ 35 milhões de reais, somente para manter empregados – e bem remunerados – os cerca de 531 servidores comissionados do atual prefeito Marcelo Iunes.
Se manter o mesmo valor de pagamento referente ao mês anterior (Novembro), a conta deverá fechar em nada mais nada menos do que R$ 38.875.137,58 (trinta e oito milhões, oitocentos e setenta e cinco mil, cento e trinta e sete reais com cinquenta e oito centavos).
O valor é pago com recursos próprios, ou seja, do montante que a Prefeitura arrecada dos contribuintes corumbaenses nas mais diversas formas de captação de recursos, através das taxas e impostos.
Nem mesmo a crise financeira instaurada sobre a população, foi suficiente para conter os gastos para pagamento das benesses a este seleto grupo de pessoas. 2021 termina com aumento de quase R$ 1 milhão de reais gastos com comissionados em relação ao ano de 2020.
Desde que assumiu o cargo de chefe de executivo municipal, Marcelo Iunes protagonizou um recorde de gastos e nomeações referentes a este grupo de servidores da história do município.
A disposição para encaixar seus apadrinhados dentro da estrutura pública municipal, chamou a atenção da justiça e ministério público que chegaram a mover ações nos últimos anos contra a contratação compulsória de comissionados.
Em março deste ano, o MPE emitiu uma recomendação dando 10 dias para que a prefeitura promovesse a exoneração de todos os servidores nomeados em cargos de comissão que exerçam atribuições meramente técnicas, burocráticas, operacionais ou ordinárias e que, portanto, não desempenhem atividade de assessoramento, chefia ou direção, por desconformidade com a legislação atual.
Antes, em 2020, próximo de concorrer a reeleição na prefeitura, Iunes chegou acionar a justiça por duas vezes para assegurar o direito de manter seu grupo de comissionados nos cargos criados por ele em plena pandemia.
Sobra para comissionados e falta para saúde
Apesar de manter mensalmente um gasto aproximado de R$ 3 milhões de reais para manutenção de 532 cargos comissionados e de livre nomeação dentro da Prefeitura de Corumbá, o atual prefeito Marcelo Iunes (PSDB), usou uma suposta falta de recursos, para justificar a ausência de uma UTI Neonatal dentro da Santa Casa da cidade. (Veja o vídeo AQUI)
O serviço é uma das antigas solicitações da população corumbaense que até hoje não conta com o tratamento disponível dentro da rede pública de saúde e precisa enviar seus recém-nascidos que necessitam de um atendimento mais específico, para outras cidades do Estado.
No entanto, a declaração do próprio chefe do poder executivo corumbaense, gravada durante sua fala na Câmara Municipal de Corumbá no dia 9 de março de 2021, reforça que o investimento para manutenção da tão sonhada UTI Neonatal, seria, praticamente, 4 vezes menor do que atualmente é gasto por exemplo, com os servidores comissionados nomeados a seu bel prazer.
Sobra comissionados falta médicos
Enquanto sobra comissionados na prefeitura, a população reclama da falta de médicos que operam em número insuficiente para dar conta da demanda na cidade. Nesta segunda-feira, 27 de dezembro, a reportagem do Folha MS mostrou o verdadeiro Caos que se instaurou na Saúde Municipal, com as duas únicas unidades de pronto atendimento superlotadas e pacientes aguardando atendimento no chão.
A espera por uma consulta de emergência, ultrapassava o período de quatro horas, segundo os próprios pacientes.
Mesmo obtendo a quarta maior população do estado, apenas 4 médicos plantonistas – dois no PS e dois na UPA – são responsáveis pelo atendimento da população que sofre com um surto de síndrome gripal, enquanto ainda vivencia a possibilidade do retorno de uma nova onda de contaminações pela Covid-19 que ceifou a vida de mais de 476 pessoas em Corumbá.