A China autorizou a retomada das exportações de carne bovina do Brasil para seu mercado nesta quarta-feira. O embargo durava desde o dia 4 de setembro, quando foram identificados dois casos atípicos do “mal da vaca louca” em Minas Gerais e Mato Grosso.
A informação foi divulgada no site da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês). A decisão, comunicada oficialmente Pa Brasília, autoriza a retomada das exportações de produtos de carne bovina desossada do Brasil com menos de 30 meses de idade.
O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Orlando Ribeiro, afirmou que a retomada é “total” e “sem condições adicionais”. Segundo ele, o “ponto de corte” é o Certificado Sanitário Internacional (CSI). O governo brasileiro foi comunicado oficialmente da decisão pelas autoridades chinesas.”Tudo o que for certificado após 15 de dezembro será aceito”, afirmou.
Ontem, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina havia reafirmado que o Brasil já tinha repassado todas as informações técnicas para a China, mas sem previsão para o levantamento do embargo, que durou mais de três meses.
“Nós continuamos na expectativa. Já disse, esse assunto já não está mais no campo do Brasil. Nós já entregamos toda a documentação, agora temos que esperar os chineses tomarem a decisão”, disse ela, em reunião da bancada ruralista.
A suspensão era motivo de apreensão para os pecuaristas brasileiros. A China é o principal cliente do setor, e vinha absorvendo cerca de 60% das vendas brasileiras ao exterior. No início deste mês, os chineses autorizaram a entrada das cargas enviadas antes da determinação do embargo, estimadas em mais de 100 mil toneladas.
O Brasil suspendeu, de forma voluntária, as exportações para a China após a identificação de dois casos do mal da vaca louca no país. A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconheceu que eram episódios atípicos e que o risco para o rebanho nacional era insignificante. Diversas reuniões técnicas entre Brasília e Pequim foram realizadas desde então.
O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal, vai dar mais detalhes sobre a decisão às 10 horas.