Antes de ser morto, padrasto disse que beijar criança em lancha era “normal”

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  • Post publicado:30 de novembro de 2021

No dia em que foi assassinado, Rosinaldo Andrade Messias, de 41 anos, teve uma discussão com mãe da menina de 6 anos, que foi abusada por ele em um passeio de lancha, no Rio Paraná, no dia 21 deste mês. Há indícios de que a criança em outra ocasião tenha sido abusada pelo padrasto.

Segundo o depoimento da menina de 12 anos, irmã da mãe da criança, no dia do crime ela ouviu o casal discutindo por causa do vídeo — que acabou viralizando — dele beijando a criança durante o passeio de barco. De acordo com a adolescente, Rosinaldo teria dito a esposa: “Não, isso é normal. O que é que tem?”

A criança já foi ouvida por um psicólogo, mas deverá ser ouvida novamente. Há indícios de que em outras ocasiões, Rosinaldo tenha estuprado a menina passado as mãos em seu corpo. O laudo ainda é esperado pela polícia. Segundo o delegado Eduardo Lucena, não foi comprovado conjunção carnal. 

No dia 25 deste mês, o ex-presbítero que foi o responsável por conseguir o passeio de barco para a família, prestou depoimento na delegacia, assim como o piloteiro que disse que o passeio não durou mais do que 2 minutos. 

O ex-presbítero era amigo do casal recentemente. Ele disse que não conhecia muito bem Rosinaldo e a namorada, mas que nunca tinha reparado nada anormal entre o homem e as enteadas — meninas de 1, 6 e 12 anos.

No entanto, a testemunha chegou a dizer que Rosinaldo era “muito carinhoso” com as crianças, mas nunca tinha visto comportamento diferente. As meninas foram afastadas do convívio e levadas para um abrigo pelo Conselho Tutelar, onde permanecem até segunda ordem Judicial.

Sobre o assassinato de Rosinaldo, o delegado Eduardo Lucena não deu detalhes das investigações. Os autores para o crime ainda são procurados pela polícia. 

Abuso Filmado

A mulher que vivia maritalmente com Rosinaldo há apenas 3 meses contou estar bêbada no dia em que postou as imagens do homem beijando a filha dela, e que nunca havia notado nenhum comportamento estranho do marido em relação às filhas.

Ela ainda contou que estavam todos embriagados na lancha e postou o vídeo no status do seu WhatsApp, que acabou sendo compartilhado por outras pessoas. As imagens viralizaram e, após isso, Rosinaldo passou a receber várias ameaças de morte. De acordo com o delegado, no dia do crime, o casal foi levado até a delegacia, onde prestou depoimento e foi liberado, já que não havia flagrante.

O delegado diz ter feito o pedido da prisão de Rosinaldo, mas, antes da Justiça expedir o mandado, ele acabou assassinado com um tiro na nuca. Segundo a polícia, ao menos duas pessoas participaram do crime e já teriam sido identificadas.

Em depoimento especial, a menina que aparece sendo abusada no vídeo não relatou nenhum outro abuso anterior por parte de Rosinaldo.

O assassinato

A mulher de Rosinaldo contou que, no dia do crime, os dois estavam em casa e o marido ao telefone, sendo que ela ouviu chamarem no portão e em seguida o criminoso entrou, chutou a porta e fez o disparo contra a vítima que morreu no local.

Com medo, a mulher fugiu e se escondeu em uma casa abandonada na região, sendo localizada pelos policiais e levada para a delegacia. Ninguém foi visto saindo da casa após o crime. Reforço policial teve de ser acionado após vários populares terem ido ao local para queimarem a casa e o corpo que estava na residência.