COP-26 terá discurso de mais de 100 chefes de Estado; Bolsonaro está fora da lista

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O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Boris Johnson, cumprimenta a chanceler alemã Angela Merkel durante chegadas na Conferência do Clima (COP-26). Foto: Alastair Grant/Pool via REUTERS

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  • Post publicado:1 de novembro de 2021

O presidente Jair Bolsonaro ficou de fora da lista de 117 autoridades e chefes de Estado e governo que participam nesta segunda-feira, 1º, e terça, 2, da primeira parte do segmento de alto nível da Cúpula do Clima (COP-26), que ocorre em Glasgow, na Escócia. Bolsonaro está em Pádua, terra de seus antepassados, depois de participar da reunião de cúpula das 20 maiores economias do globo (G-20), realizada no fim de semana, em Roma.

O presidente brasileiro decidiu não ir à Convenção do Clima, argumentando que se tratava de uma “estratégia nossa”. Na sequência, o vice-presidente Hamilton Mourão avaliou que se Bolsonaro fosse ao evento iriam “jogar pedra” no presidente. A COP-26 na Escócia, no entanto, será um palco político importante para o Brasil, que contará com a participação de 11 governadores e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, entre outros.

Avesso à agenda verde, Bolsonaro rechaçou os apelos de líderes mundiais para participar do evento que tenta destravar o financiamento da preservação de florestas e ampliar os compromissos assumidos pelos países com a redução da emissão de gases de efeito estufa – ação necessária, segundo cientistas, para salvar os esforços previstos no Acordo de Paris de conter o aumento da temperatura global em 1,5 ºC.

Na lista divulgada nesta madrugada pela organização da Convenção, estão previstos discursos tanto de chefes de Estado e de governo de economias desenvolvidas – como Espanha, Alemanha e Estados Unidos – quanto de países de menor expressão econômica, como Ilhas Maurício, Nepal, Georgia e Belize. O presidente americano, Joe Biden, e a chanceler alemã, Angela Merkel, estão entre os primeiros a discursar.

Também estão previstos discursos de autoridades como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado da Santa Sé. Há até a observação de que o presidente da China, Xi Jinping – que não sai de seu país desde que a pandemia teve início – participará do evento por meio de um discurso que poderá ser acessado no site da COP-26.

De acordo com o comunicado do evento, os nomes dos participantes formam “a lista de palestrantes que já foram confirmados para entregar uma declaração nacional”. Conforme comunicação oficial do evento, “declarações nacionais de chefes de Estado e de governo serão ouvidas após a abertura da Cúpula de Líderes Mundiais e a abertura do segmento de alto nível”. Por causa da grande quantidade de participantes, cada um deles terá um tempo máximo de três minutos para se pronunciar.

Apesar disso, o Planalto preparou um vídeo de cinco minutos do presidente brasileiro para ser exibido a partir das 11 horas (de Brasília). A transmissão, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), será feita no pavilhão do Brasil, em Glasgow, junto com um espaço montado em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.

A previsão é que, depois de Bolsonaro, o ministro Joaquim Leite fale ao vivo por 15 minutos. Ele está em Brasília e viajará para Glasgow na semana que vem. O evento virtual paralelo do Brasil já teve início. A primeira transmissão foi do painel “Combate ao desmatamento ilegal”, que contou com um debate de secretários e outros representantes do MMA na Escócia e em Brasília.

De fora da lista de discursos no segmento de alto nível da COP-26, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, também gravou uma mensagem em vídeo para os participantes de uma conferência específica sobre silvicultura e uso da terra realizada durante a COP-26. Putin anunciou que não viajaria à COP-26 por causa da pandemia e que também não poderia participar dos debates por videoconferência uma vez que o evento não contempla esse formato.

O que é a COP-26?


A COP-26, que começou neste domingo e seguirá até o dia 12, discute ações climáticas que possam fortalecer o combate ao aquecimento global com base nas metas do Acordo de Paris, pacto assinado em 2015. A conferência ocorre em um momento em que eventos climáticos extremos – como secas, inundações e ondas de calor – têm sido cada vez mais frequentes.

O relatório do IPCC, painel intergovernamental de mudanças climáticas da ONU, mostrou este ano que o planeta deve ficar 1,5ºC mais quente do que na era pré-industrial já na década de 2030, dez anos antes do inicialmente previsto. Por isso, decisões políticas tomadas pelos líderes ao longo da COP-26 são determinantes para salvar o planeta, mas há grandes desafios para chegar a um acordo.