A usina hidrelétrica localizada no Rio Paraná, entre os municípios de Ilha Solteira (SP) e Selvíria (MS) poderá sofrer paralisação, devido às condições drásticas enfrentadas na bacia do rio, onde o transporte fluvial já foi comprometido.
Dados do último domingo, (10) medidos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontam que o cenário é crítico na barragem de Ilha Solteira, que tem como referência de volume útil a cota de 323 metros definida pela Agência Nacional de Águas (ANA).
Esse é o volume mínimo para não interromper o funcionamento da hidrovia Tietê-Paraná. Ocorre que o reservatório já opera bem abaixo disso e chegou ao fim de semana com apenas 319,97 metros.
Em caráter de exceção, o ONS está autorizado a manter a operação da usina até chegar à cota de 314 metros.
Ainda de acordo com os dados do ONS, a hidrelétrica de Três Irmãos, localizada no município de Pereira Barreto (SP), operava com uma cota de 320,96 metros.
Conforme foi autorizado pela Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG), Três Irmãos, que está com menos de 2% de seu volume útil para geração de energia, está apta a funcionar até o limite mínimo de 319,77 metros.
Em condições normais, a cota mínima para manter a usina em funcionamento sem comprometer suas turbinas é de 323 metros.
Mais do que recorrer à geração hidrelétrica de outras regiões para tentar equilibrar o sistema e evitar racionamentos, o setor elétrico tem colocado a toda carga as demais fontes de energia elétrica.
Em níveis recordes, a geração térmica, produzida a partir de óleo diesel, gás, carvão mineral biomassa e nuclear – tem respondido diariamente por até 35% da produção diária.
As eólicas também deixaram de ser acessórias para, praticamente, atuarem na base do sistema, suportando cerca de 18% do consumo nacional de energia. Sem os ventos, portanto, é certo que o País já estaria no escuro.