A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (5) a Operação Balada, contra organização criminosa que movimentou, em dois anos, cerca de R$ 2 bilhões em armas e cocaína. Mandados são cumpridos em 10 estados, entre eles Mato Grosso do Sul. Segundo a PF, a organização criminosa era especializada no tráfico de drogas e de armas de grosso calibre e em lavagem de dinheiro.
São cumpridos 249 mandados de busca e apreensão, além de centenas de outras medidas cautelares, como sequestro de bens e bloqueio de contas correntes, expedidos pela 4ª Vara Criminal da Comarca de Uberlândia, nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Alagoas, Tocantins e Espírito Santo. Ainda não se sabe o número de mandados cumpridos no Estado.
A organização operava um estruturado esquema de tráfico de drogas e preparava entorpecentes para comercialização, mediante emprego de insumos químicos adquiridos por meio de empresas regularmente cadastradas. No período de sete meses, foram comprados, no mercado regular, insumos capazes de manipular mais de 11 toneladas de cocaína.
Segundo as investigações, o armamento adquirido pelo grupo criminoso saía de Mato Grosso do Sul e era transportado para Uberlândia, e depois tinha como destino grupos da região do Triângulo Mineiro, especializados no tráfico de drogas e roubos a banco, bem como a uma facção criminosa estabelecida no Rio de Janeiro.
Durante as investigações, foram apreendidos um carregamento de oito fuzis e 14 pistolas, em março de 2020, na cidade de Uberlândia. Os investigados utilizavam veículos especialmente preparados para o transporte das armas, com emprego de batedores durante os seus deslocamentos.
Para despistar a origem do patrimônio, o grupo utilizava um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, com a utilização de empresas de fachada e a aquisição de postos de combustíveis, hotéis, fazendas, imóveis, veículos e embarcações de luxo. Estima-se que mais de R$ 2 bilhões foram movimentados pelos investigados nos últimos dois anos. As contas bancárias e bens identificados foram bloqueados por determinação judicial, assim como aproximadamente uma centena de imóveis. Participam da operação, cerca de 850 policiais federais.
Nome da operação
A operação foi batizada de ‘Balada’ pelo fato dos investigados ostentarem em redes sociais a organização de diversas festas de luxo, inclusive em outros países, realizando gastos elevados em tais eventos, com uso de iates e carros esportivos.