Marinha responsabiliza piloto na morte do pescador atropelado por lancha em Miranda

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  • Post publicado:20 de julho de 2021
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A Marinha do Brasil concluiu o relatório de investigação sobre a morte do pescador atropelado por lancha em Miranda, Carlos Américo Duarte, de 59 anos, ocorrido no dia 1º de maio. O assessor do governo de Mato Grosso do Sul, Nivaldo Thiago Filho de Sousa, foi considerado responsável direto pelo acidente de navegação, além de ter conduzido a embarcação “Mamba Negra” sob efeito de álcool e sem a habilidade necessária.

No documento, a conclusão é de que Nivaldo infringiu os incisos I, VII e IV do artigo 23 da Marinha: “conduzir embarcação em estado de embriaguez ou após uso de substância entorpecente ou tóxica”, com “velocidade superior à permitida” e “descumprir regra do regulamento internacional”. Nesta última, a decisão ainda afirma que Nivaldo não realizou manobra para evitar o abalroamento das embarcações.

A causas determinantes para o acidente foram a imperícia – falta de experiência – e imprudência – ausência de cuidado – do condutor da embarcação, ou seja, do servidor da Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica de Mato Grosso do Sul, nomeado desde 2015, primeiro ano de gestão do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

morte do pescador atropelado por lancha em Miranda
Carlos Américo Duarte, de 59 anos, morreu após barco em que estava ser atropelado por lancha no rio Miranda

O documento prossegue dizendo que “restou comprovado nos autos que o mesmo [Nivaldo] conduzia a embarcação sem habilitação, em alta velocidade e após ingerir bebida alcoólica”. Além disso, o acidente que vitimou o pescador não foi a primeira vez em que Nivaldo dirigiu com irregularidades.

Ele foi classificado pela Marinha como “infrator costumaz, visto que sempre conduzia a embarcação sem ter os conhecimentos necessários, colocando em risco a segurança da navegação e a vida da própria família”. A atitude, considerada imprudente pelo julgamento, “contraria as regras de segurança da navegação e afeta a segurança a bordo, colocando em risco, que não tardou a ocorrer, as vidas a bordo”, finaliza o documento.

O acidente

Conforme já noticiado, Nivaldo estaria embriagado enquanto conduzia uma lancha, de forma imprudente, no momento em que, numa curva, atingiu a embarcação em que o pescador Carlos estava com o filho, no encontro dos rios Aquidauana e Miranda, na região de Miranda, a 168 quilômetros de Campo Grande. Segundo o filho de Carlos, após a colisão, o autor jogou garrafas de bebidas no rio e fugiu em alta velocidade. Ele acabou localizado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) em uma camionete Hilux na BR-262, com a mulher e os filhos, que também estavam na embarcação.

Apesar de confessar que havia bebido, ele não quis fazer o teste de bafômetro, foi levado para a delegacia e ouvido, mas liberado. Foi apurado então que ele não tem o Arrais, documentação necessária para pilotar a embarcação, mas disse que era apto. Ele responderá pelo homicídio culposo e também por duas lesões corporais culposas, mas o caso segue em investigação. Segundo a polícia, durante a fuga a lancha de Nivaldo começou a afundar e a tripulação precisou ser socorrida.

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