Especialistas alertam que a obstrução intestinal que acometeu o presidente Jair Messias Bolsonaro e o levou a ser internado para realização de exames e até mesmo uma possível cirurgia de emergência, pode matar. Ainda de acordo com os médicos, em grande parte dos casos, traumas ou maus hábitos, estão relacionadas as causas.
“É uma parada do trânsito fecal. O intestino tem um movimento automático, que chamamos de peristalse. Quando existe alguma obstrução, ocorre esse problema de funcionamento do intestino”, explicou Bernardo Martins, gastroenterologista do Hospital Santa Lúcia Norte.
O sistema digestivo é composto, basicamente, por um longo tubo de cerca de nove metros — tubo digestivo —, onde os alimentos ingeridos nas refeições são transformados na digestão e absorvidos. Fazem parte do conjunto: estômago, intestino delgado, intestino grosso, entre outros órgãos.
O médico destacou que, embora o quadro inspire cuidados, a ida precoce ao hospital é importante para evitar complicações. “Quanto antes se começa o tratamento, existe mais chance de ter sucesso. Se descoberto em estágio mais avançado, pode ocorrer a morte de parte do tecido intestinal, assim como ter alterações de desnutrição e desidratação. Obstrução intestinal pode matar em casos graves”, alertou.
Em relação ao caso de Bolsonaro, Martins afirmou que a nova obstrução é consequência da facada que o presidente levou em setembro de 2018, durante a campanha ao Planalto, e das cirurgias anteriores.
“Qualquer paciente que opera de emergência, como ele, que foi operado da facada, primeiro se faz a resolução do risco potencial de morte. Foi uma cirurgia muito longa, extensa, que aumenta os riscos das bridas (membranas de cicatrizes)”, frisou.
Conforme boletim médico da época, houve lesão profunda: além de atingir o intestino grosso e delgado, rompeu uma veia do abdômen. Desde então, Bolsonaro passou por outros quatro procedimentos cirúrgicos relacionados ao atentado. “Toda cirurgia tem seu risco, mas se o paciente não tem febre, infecção, ou morte de parte do intestino, se espera que tudo corra bem. Mas uma cirurgia sempre é mais complicada do que a outra”, ressaltou.
*Com informações Correio Braziliense