Manifestantes voltam às ruas em atos com foco no impeachment de Bolsonaro

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Manifestantes se concentram em frente ao Masp, na avenida Paulista, em ato contra o presidente Bolsonaro no dia 29 de maio; novos protestos estão marcados para sábado Foto: Taba Benedicto/Estadão
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  • Post publicado:3 de julho de 2021

Incentivados pelos desdobramentos da CPI da Covid no Senado, que avança sobre suspeitas de irregularidades na aquisição de vacinas pelo Ministério da Saúde, e pelo superpedido protocolado nesta semana na Câmara, manifestantes devem ir às ruas hoje para o terceiro protesto em dois meses para reivindicar o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Os atos estão confirmados em ao menos 261 cidades, segundo os organizadores.

Os protestos são organizados pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), as frentes Povo sem Medo, Brasil Popular e Coalizão Negra por Direitos, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Central de Movimentos Populares (CMP) e a Uneafro Brasil. A iniciativa tem o apoio formal do PSOL, PT e PCdoB, que devem mandar representantes às ruas.

Unidos no superpedido de impeachment protocolado na quarta-feira, deputados e lideranças de centro e de direita, no entanto, resistem se unir às entidades e legendas de esquerda nas manifestações de rua.

Um dos grupos que lideraram o movimento pelo impeachment de Dilma Rousseff, o Movimento Brasil Livre (MBL) apoia o documento e pede o “Fora Bolsonaro”, mas resiste em ir às ruas no sábado. “Neste momento temos diferenças. Os grupos vão levar suas próprias bandeiras para a rua no sábado. Eu não defendo o Lula Livre, pelo contrário. Se o ato for exclusivamente pelo impeachment, fica mais fácil conversar”, afirmou Adelaide Oliveira, porta-voz do MBL.

Ex-aliada de Bolsonaro, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) está entre os signatários do superpedido, mas não pretende ir na manifestação. “O problema é a aglomeração. Precisa esperar o povo estar mais vacinado. Como podemos criticar o presidente por fazer aglomeração e fazer também”. 

Já o deputado federal Junior Bozzella (PSL-SP) defende que os atos contra Bolsonaro tenham um caráter como os “caras pintadas” que pediram o Fora Collor. “O governo entrou em um caminho sem volta. É preciso unir forças. Estou estimulando as bases e os detentores de mandato para ir às ruas. Não sei se vai ser possível agora, mas a ideia é irmos em bloco.” 

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) não descarta cenário, no segundo semestre, no qual direita e esquerda façam atos separados, mas desaconselha essa estratégia. “Quem não entrar na onda da saída do Bolsonaro agora vai perder espaço na rua e eleitoralmente”, avaliou. 

Redes

Os atos de maio e junho contra Bolsonaro deram fôlego aos pedidos de impeachment nas redes sociais. O pico de menções contrárias ao presidente ocorreu em 29 de maio, quando a oposição realizou o primeiro grande ato desde o início da pandemia. O Instagram registrou a maior quantidade de interações, cerca de 30 milhões. No Twitter, foram 1 milhão. Grupos públicos e páginas oficiais do Facebook, o total de interações, considerando comentários, compartilhamentos e reações, no dia 29, foi de 8 milhões.

Com informações do Estadão.

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