MS tem maior taxa de ocupação de UTIs do país e Fiocruz orienta lockdown de 14 dias

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  • Post publicado:24 de março de 2021

Com taxa de ocupação de leitos UTI (Unidade de Terapia Intensiva) exclusivos para covid em 106%, Mato Grosso do Sul tem o pior índice do país. Então, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) sugeriu a adoção de lockdown – restrição das atividades não-essenciais – por 14 dias para reduzir a transmissão do coronavírus. A situação é crítica em 24 estados e Distrito Federal.

Em boletim extraordinário publicado na noite de terça-feira (24), o instituto coloca Campo Grande como a 2ª capital do país com maior taxa de ocupação em leitos UTI – 106%, atrás apenas de Belo Horizonte (107%). Esses números além de 100% significa que existem pacientes covid internados em leitos não habilitados para a doença.

Os pesquisadores indicam que os altos índices de ocupação retratam o colapso no sistema de saúde no atendimento a pacientes que precisam de cuidados complexos para covid. Por outro lado, também prejudicam o atendimento a pacientes com outros tipos de doenças.

O documento assinala que medidas mais rigorosas que estão sendo adotadas em algumas localidades são fundamentais para interromper a tendência de descontrole da pandemia, diminuindo os “efeitos sobre o sistema de saúde e poupando vidas”.

Aumento da mortalidade

Para a Fiocruz, o colapso no sistema de saúde resulta num aumento da mortalidade. Levantamento dos pesquisadores mostrou elevada mortalidade tanto entre os que conseguiram assistência quanto aqueles pacientes que ficaram desassistidos, sendo o índice de 59% de mortalidade entre os que estavam internados em UTIs e 80% os que recebiam suporte como ventilação mecânica.

O relatório também levantou dados de brasileiros que morreram em casa e chegou a conclusão de que mais de 9 mil pessoas morreram em 2020 em casa, sem conseguir assistência.

Lockdown

A medida apontada pelos pesquisadores da Fiocruz para melhorar esse cenário é o lockdown, com restrição de circulação e de todos os serviços não-essenciais, de forma intermitente até que a maioria da população brasileira tenha sido imunizada.

Por fim, o documento observa que a ausência de uma ação articulada conjunta entre estados ou de ações parciais e precoces conduziu o país a chegar na atual situação.

“Para que essas medidas de bloqueio possam ser bem sucedidas, elas devem ser adotadas conjuntamente, demandando cerca de 14 dias para que produzam resultados na redução das taxas de transmissão em aproximadamente de 40%, exigindo o monitoramento diário para acompanhar seus impactos na redução de casos, taxas de ocupação de leitos hospitalares e óbitos”.

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