Prefeito gasta quase R$ 3 milhões com comissionados, mas diz não ter dinheiro para UTI Neonatal | Vídeo

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  • Post publicado:12 de março de 2021

Apesar de manter mensalmente um gasto aproximado de R$ 3 milhões de reais para manutenção de 532 cargos comissionados e de livre nomeação dentro da Prefeitura de Corumbá, o atual prefeito Marcelo Iunes (PSDB), usou uma suposta falta de recursos, para justificar a ausência de uma UTI Neonatal dentro da Santa Casa da cidade. (Veja o vídeo no final da matéria)

O serviço é uma das antigas solicitações da população corumbaense que até hoje não conta com o tratamento disponível dentro da rede pública de saúde e precisa enviar seus recém-nascidos que necessitam de um atendimento mais específico, para outras cidades do Estado.

No entanto, a declaração do próprio chefe do poder executivo corumbaense, gravada durante sua fala na Câmara Municipal de Corumbá no dia 9 de março de 2021, reforça que o investimento para manutenção da tão sonhada UTI Neonatal, seria, praticamente, 4 vezes menor do que atualmente é gasto por exemplo, com os servidores comissionados nomeados a seu bel prazer. Segundo Iunes, o município não teria como arcar com a manutenção de aproximadamente R$ 850 mil reais necessários para a implementação do serviço.

A infeliz declaração do prefeito ficou ainda pior, quando se referiu ao tratamento oncológico destinado aos pacientes na cidade, como “UM ERRO”.  Vale destacar. Sim, o prefeito Marcelo Iunes disse que a vinda de um centro de tratamento oncológico para cidade que atualmente “administra”, foi “UM ERRO”.

Novamente, sem demonstrar o mínimo respeito e resiliência com as pessoas que acometidas pela doença, e que graças ao Centro de Tratamento Oncológico instalado em Corumbá não precisam peregrinar milhares de quilômetros em busca de atendimento, Iunes, justificou seu pensamento neandertal ao fato do município precisar arcar com os R$ 150 mil reais complementares à verba federal destinada para unidade.

Não podemos errar como erramos quando trouxemos aqui a oncologia para Corumbá, ótima trouxemos a oncologia, mas hoje, ela gasta em torno de R$ 400 mil e vem R$ 250 mil pelo governo federal, e aí vereador Manoel? Sobra R$ 150 mil para o hospital que já não tem onde bancar”, disse o prefeito.

Encerrando a noite das infelizes declarações, Iunes ainda teve tempo para chamar de “Elefante Branco” o principal equipamento público estabelecido para o combate a violência contra mulher do país, a Casa da Mulher Brasileira.

Vale ressaltar que esta fala se deu enquanto discursava justamente na sessão solene que homenageava as ilustres mulheres pantaneiras, em alusão ao Dia Internacional da Mulher comemorado em 8 de março.

Na verdade, as falas descritas anteriormente derivaram em torno deste tema principal, após a Deputada Beatriz Cavassa, durante seu discurso, mencionar o trabalho desenvolvido a nível federal e a destinação de mais de R$ 5 milhões de reais para Corumbá, através do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para implementação da Casa da Mulher Brasileira na cidade.

deputada beatriz cavassa
Investimento de R$ 5 milhões de reais foi anunciado pela Deputada Federal Beatriz Cavassa

Nos bastidores, comentários atribuem a revolta do atual prefeito com a possibilidade da chegada da Casa da Mulher Brasileira, ao fato de que atualmente, o atendimento é centralizado no CRAM (Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência), órgão vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania, coincidentemente administrado pela primeira-dama Amanda Balancieri Iunes.

Com a instalação da Casa da Mulher Brasileira, supostamente a referida pasta, perderia o controle e influência sobre um importante setor do qual o administrador não estaria disposto a “abrir mão”.

Enquanto chora as “pitangas” e tenta a todo custo convencer a população sobre as dificuldades financeiras da prefeitura e assim justificar sua fala sobre a ausência de uma UTI Neonatal além do “Erro” da oncologia na cidade, o Portal da Transparência escancara o gargalo financeiro para onde não faltam recursos e não há sinais de crise à vista.

Pelo contrário, a se basear no recente projeto de lei que aumentou os salários de secretários e das centenas de nomeações de comissionados que geram mensalmente um custo milionário para o cofre público, as finanças do município vão sim muito bem obrigado, mas sobre esses custos, ele não fala, tampouco se lamenta.

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