Foi determinada a data para ocorrer o julgamento do delegado Fernando Araújo da Cruz Júnior, ex-titular da Delegacia de atendimento à infância e do Idoso de Corumbá. Fernando é acusado de executar um homem de nacionalidade boliviana identificado como Alfredo Rangel Weber dentro de uma ambulância na rodovia Ramão Gomez em Corumbá em fevereiro de 2019.
A publicação da data saiu nesta quinta-feira (4), após votação por unanimidade, negar o provimento impetrado pela defesa do delegado que está preso desde 2019, alegando a ilicitude de provas e nulidade do laudo pericial.
Após a negativa dos recursos da defesa foi estipulado o prazo máximo para que ocorra o julgamento do delegado até o dia 30 de abril deste ano. Em dezembro de 2020, desembargadores da 1ª Câmara Criminal, por unanimidade, negaram habeas corpus e mantiveram a prisão de Fernando Araújo da Cruz Júnior.
A defesa havia recorrido aproveitando-se, dentre outros aspectos, da revisão da custódia preventiva feita regularmente por causa da pandemia do coronavírus (Covid-19). Neste sentido, solicitava a revogação da prisão preventiva ou a aplicação de medidas cautelares. No entanto, o pedido foi rejeitado. O delegado responde por homicídio qualificado, coação e fraude processual.
Execução
Segundo as investigações, a desavença entre o delegado e Alfredo Weber começou durante as eleições para presidente da associação de agropecuaristas na Bolívia, onde o sogro de Fernando concorria ao cargo.
Houve uma discussão entre Alfredo e outros participantes do evento. O delegado é acusado de pegar uma faca e desferir golpes contra o boliviano, que foi socorrido para um hospital local, mas, devido à gravidade, acabou transferido para Corumbá.
Já em Mato Grosso do Sul, a ambulância foi fechada por uma caminhonete. O condutor, apontado como sendo o delegado, desceu e atirou no paciente. O homem morreu e o motorista da ambulância retornou com o cadáver ao País vizinho.
Envolvimento com Tráfico
O delegado ainda estaria ligado ao tráfico de drogas, já que ele e a mulher estariam em contato com Fernando Limpias, que já havia trabalhado para Adair José Belo conhecido como ‘Belo’ e para Sérgio de Arruda Quintiliano, o Minotauro, que foi preso em Santa Catarina, no dia 4 de abril.
Fernando Limpias estaria comprando fazendas, com pista de pouso, na Bolívia para o transporte de drogas e estava à procura de ‘parcerias’. Silvia, então, teria oferecido a ‘parceira’ através da logística de reabastecimento dos aviões. Nas conversas com o traficante é perceptível o domínio do assunto tanto pelo delegado como por sua mulher. A defesa do delegado negou as acusações sobre envolvimento com o tráfico de drogas.
Assim, Fernando e Emmanuel foram presos em 29 de março, em ação da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) e Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros).