Transporte de cargas danifica asfalto na BR-262 e compromete segurança de motoristas

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Asfalto esfarela e grandes erosões na pista comprometem a segurança dos motoristas que passam pelo local / Foto: Silvio Andrade Andradecomprometem a segurança dos motoristas que passam pelo local
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  • Post publicado:22 de fevereiro de 2021
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Corumbá (MS)- Completamente destruído, o asfalto que faz a ligação de Corumbá com o restante do estado através da BR-262, já compromete a segurança dos milhares de usuários que cortam a rodovia federal semanalmente.

Os danos ocasionados em grande parte pelo aumento significativo de carretas que fazem o transporte de minério de ferro, já causa preocupação para quem precisa usar a via, única rota disponível para chegar ou sair de Corumbá. Apesar de praticamente toda sua extensão estar com o pavimento comprometido, o trecho entre as cidades de Corumbá e Miranda é o mais preocupante.

O aumento no tráfego de veículos pesados na região se deve em decorrência do grande período de estiagem que levou o nível do Rio Paraguai a um dos mais baixos dos últimos 50 anos, inviabilizando o transporte fluvial, até então principal modal de transporte.

De acordo com a reportagem do Jornal Correio do Estado desta segunda-feira (22), cerca de 200 carretas bitrens, cruzam o Pantanal diariamente, desde o mês de agosto do ano passado, transportando aproximadamente 10 mil toneladas de minério de ferro para os portos de Santos.

O grande intervalo de tempo para realização de manutenções na via, expõe motoristas ao risco de acidentes na rodovia que já era considerada perigosa devido a composição de via simples e o grande fluxo de animais silvestre que cruzam a rodovia.

O trecho em desgaste foi asfaltado somente uma década depois da implantação da ligação rodoviária de Corumbá com o resto do Estado e apresenta deficiências em sua base, levantada com material inadequado. Há ocorrência constante de erosões, infiltrações e instabilidade da pista em uma área úmida (de vazão de enchentes).

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Asfalto esfarela e grandes erosões na pista comprometem a segurança dos motoristas que passam pelo local / Foto: Silvio Andrade

Tapa-buraco

O trânsito das carretas com 50 toneladas de minério, em média, ocorre a partir do distrito de Maria Coelho, a 30 km da cidade, onde se concentram as minas da mineradora Vale. São visíveis, a partir deste ponto, os danos à rodovia, além do aumento do tráfego em mais de 700%, segundo a concessionária do pedágio na ponte. Estes mesmos caminhões optaram por circular pela MS-040 desviando da BR-163 e o asfalto da rodovia estadual também se desintegrou.

As condições de tráfego no trecho crítico da BR-262, entre o km 659 e o km 708, tendem a se agravar, tornando a estrada intransitável. A Vale informou que deve manter o transporte rodoviário, mesmo com o retorno gradual das exportações pela hidrovia do Paraguai. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) não tem previsão de recuperar a rodovia ainda este ano, cujo serviço depende de contratação por meio de processo licitatório.

O governo federal tem recursos e o Dnit deve acelerar a obra de restauração, caso contrário, ficaremos sem estrada”, afirma o deputado estadual da região, Evander Vendramini. Ele cobra providências à superintendência regional do órgão e uma ação imediata da bancada federal para garantir a verba. 

“O desgaste da rodovia não cabe mais um simples tapa-buraco, tem que melhorar a base, reconstruir um asfalto que sempre foi de má qualidade”, aponta o parlamentar.

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Pavimento danificado na BR-262

Escoamento pelo rio

Os impactos gerados pela paralisação da navegação comercial, em razão do baixo nível do Rio Paraguai, refletem não apenas na BR-262, mas no aumento dos fretes em até 30%, com as restrições de cargas fluviais e a longa distância rodoviária aos portos de Santos e Paranaguá. A Vale não detalha suas operações, mas no ano passado havia estimativa de exportar por rodovia pelo menos 1,7 milhão de toneladas de minérios até meados de 2021.

As dificuldades de escoamento, com a intensa seca no Pantanal, se intensificaram com a falta de alternativas de transporte. A Ferrovia Malha Oeste, que poderia ser a opção neste momento, continua abandonada, entre Corumbá e Três Lagoas, por falta de investimento federal. Após cinco meses sem operar, porém, os portos Granel Química (Ladário) e Gregório Curvo (Porto Esperança) voltam a carregar comboios com até 30 mil toneladas de minério.

*Com informações Correio do Estado

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