Produtor terá R$ 180 milhões em financiamento para recuperar pecuária da região pantaneira

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  • Post publicado:10 de dezembro de 2020

O produtor rural do Pantanal terá uma linha de financiamento no FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) em 2021 com R$ 180,5 milhões para auxiliar na recomposição das atividades econômicas da região que foram prejudicadas pela estiagem severa e pelas queimadas ocorridas no bioma ao longo de 2020. A destinação desse recurso, que pode ser utilizado por 5 mil produtores pantaneiros, foi aprovada por unanimidade na 14° reunião ordinária do Condel/Sudeco (Conselho Deliberativo do Desenvolvimento do Centro-Oeste) em atendimento à proposição feita pelo governador Reinaldo Azambuja.

O secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) reforça que a proposição feita pelo Governo do Estado para a aprovação no Condel atendeu solicitação dos produtores rurais da região pantaneira. “Nós já vínhamos trabalhando a implantação dessa linha juntamente com os produtores do Pantanal. Tanto a Famasul, quanto o Sindicato Rural de Corumbá nos demandaram para apresentar essa proposta com uma linha específica para a região pantaneira, a fim de atender aos produtores ao longo de 2021”, afirmou.

O trabalho a partir de agora é garantir que o Banco do Brasil, principal instituição operadora do FCO no Estado, inicie o ano de 2021 já em condições de atender aos produtores pantaneiros que desejarem o recurso do Fundo para recompor suas atividades. “Agora, todo o nosso foco será a operacionalização dessa linha. Estamos fazendo um trabalho junto ao Banco do Brasil para que, a partir de janeiro, ela já esteja disponível. Também devemos nos reunir em Corumbá e Ladário para apresentar essa linha aos produtores rurais”, diz Jaime Verruck.

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Conforme levantamento feito pela Semagro, em Mato Grosso do Sul são 5.821 produtores pantaneiros de bovinos, responsáveis pela criação de 3,2 milhões de cabeças que podem ser beneficiados com a linha do FCO. São propriedades rurais localizadas em 9 municípios da planície do Pantanal (Aquidauana, Bodoquena, Corumbá, Coxim, Miranda, Sonora, Porto Murtinho, Ladário e Rio Verde de Mato Grosso), que foram incluídos espaço prioritário pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR.

“A destinação desse recurso específico para a região do Pantanal, bem como todas as mudanças defendidas pelo Governo do Estado e aprovadas no âmbito do Condel representam uma importante política de fomento à produção pecuária do Pantanal. Essas medidas, aliadas a outros projetos estratégicos, permitem a preservação do bioma de forma inovadora e valorizam o produtor pantaneiro”, finaliza Jaime Verruck.

Recuperação das atividades econômicas da região

Atividade econômica que se destaca no Pantanal, as áreas de pecuária foram afetadas de forma severa pela seca e pelas queimadas em 2020. “Em função da falta de água e de pasto, os animais necessitam de alimentação, o que demanda recursos do produtor, além da necessidade de outros investimentos, como recomposição de cerca, compra de equipamentos, entre outros”, informa o superintendente de Indústria, Comércio e Serviços da Semagro, Bruno Bastos.

O superintendente lembra também que, para essa linha de financiamento do FCO, foi elevado o percentual de limite financiável para investimento. “A instituição financeira pode financiar até 100% do valor total do projeto de investimento de produtores de até médio porte (renda bruta anual até R$ 90 milhões). Já para os grandes produtores, o limite é de 80%”, informa.

Também foi aprovada a ampliação da quantidade de matrizes passiveis de serem retidas (financiadas), de 2000 para 2500 matrizes por beneficiário, englobando: custeio para a suplementação alimentar dos animais; investimentos para a reforma de pastagem, bem como benfeitorias, principalmente a reconstrução de cercas; e abertura emergencial de poços para a dessedentação dos animais.

No caso das áreas atingidas por queimadas, que tiveram as pastagens deterioradas, o financiamento da retenção de matrizes deverá ser realizado junto com o investimento para a reforma de pastagens e benfeitorias necessárias. O objetivo é deter áreas de pastagens, com potencial que permita a evolução da atividade.