Mais de 700 crianças estão em abrigos e 131 aptas para adoção em MS

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  • Post publicado:12 de outubro de 2020

Enquanto muitos meninos e meninas desejam brinquedos legais neste Dia das Crianças, outros querem apenas um lar. Dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), indicam que 715 crianças e adolescentes estão em situação de acolhimento em 139 unidades em Mato Grosso do Sul. Deste total, 131 estão aptas a serem adotadas.

Uma criança ou adolescente em situação de acolhimento é quando se detecta uma situação de risco, negligência, abandono, maus-tratos, entre outras violações de direitos. A medida tem caráter temporário, até o retorno da acolhida, por adoção ou reintegração familiar, considerando o interesse da criança e do adolescente.

Perfil das crianças

Do total das crianças que já estão em situação de acolhimento, mesmo que ainda não disponíveis para adoção, 379 delas são meninas, o que corresponde a 53% do total.

Ainda conforme os dados do CNJ, a maioria não tem irmão: 460 são filhos únicos. Outros 102 têm um irmão, 76 possuem dois irmãos, 51 têm três irmãos e outras 26 possuem mais de três irmãos.

O sistema não informa a etnia de mais da metade dessas crianças. De acordo com o CNJ, 419, ou 57,9% não têm a etnia especificada. Em relação às demais, 153 são pardas, 83 são brancas, 39 são indígenas e 26 são pretas.

Desse total, quase metade são de adolescentes. Com mais de 15 anos são 175. Já entre 12 e 15 anos corresponde a 147 crianças. Por outro lado, o grupo com menos postulantes a um novo lar é o de meninos e meninas com idade de 6 a 9 anos, com 84 representantes.

abrigo adolescentes

O tempo de acolhimento da maioria delas é inferior a seis meses. São 209 que estão acolhidas em um abrigo por este período. Já, 71 crianças e adolescentes estão aguardando um destino de 2 a 3 anos.

Perfil dos pretendentes

Para adotar uma dessas crianças, são 311 pretendentes. Apesar de o número ser maior que os disponíveis para adoção, a incompatibilidade de preferência acaba gerando a fila.

Desses, apenas 32,9% (160) estão dispostos a aceitar um filho de qualquer etnia. Outros 26,3% (128) declararam fazer questão de um filho branco. Também há 23,3% (123) que querem uma criança parda, 34 têm preferência por amarelo, 25 querem adotar um filho preto e apenas 13 querem uma criança indígena.

Além disso, outro fator que impede uma criança de ser adotada é o desejo dos pretendentes em adotar apenas até uma certa idade. Dos 311, 57% querem crianças com no máximo 4 anos de idade. Apenas 53 estão dispostos a adotar crianças com idade superior a 8 anos.

Outra barreira que impede muitas crianças de terem uma nova família é quando não querem se separar dos irmãos. Isso porque 52,4% dos pretendentes querem apenas um filho e 45% aceitam dois. Apenas 8 postulantes a pais aceitam adotar um número maior.