Corumbá (MS)- Aparecer ao lado de figuras disputadas no cenário político e “surfar” na popularidade alheia, é considerada uma das estratégias mais usadas por candidatos que pleiteiam uma vaga eletiva, até porque, sempre é uma boa oportunidade de angariar valiosos votos na corrida eleitoral.
Contudo, o “tiro” pode sair literalmente pela culatra quando o referido apoiador for um político atolado até o pescoço em escândalos de corrupção, processos com menção em delações premiadas e indiciamento pela Polícia Federal. Afinal, o velho ditado já dizia, “diga-me com quem tu andas, que eu direi quem tu és”.
E as eleições 2020 é uma daquelas que promete muitas saias justas em Mato Grosso do Sul, pelo menos aos candidatos do PSDB que tem como principal cabo eleitoral , justamente o chefe do executivo estadual, Reinaldo Azambuja (PSDB), indiciado pela Polícia Federal em julho deste ano, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
Uma pequena mostra da falta de popularidade de Azambuja pôde ser vista em Corumbá, cidade governada pelo pré-candidato à reeleição também pelo PSDB Marcelo Iunes. Durante solenidade de inauguração da Estação Radar na fronteira com a Bolívia, Reinaldo recebeu uma sonora e histórica vaia que o colocou em uma tremenda “saia justa”, bem na frente do presidente Jair Messias Bolsonaro.
Aos gritos de “fora, fora”, “mentiroso” e “leva ele federal”, o chefe do executivo estadual passou literalmente uma imensa vergonha, evidenciando sua baixa popularidade na cidade, em especial junto aos apoiadores do presidente Bolsonaro.
As vaias se estenderam também ao atual prefeito que mesmo sem falar ao microfone (e deve ter agradecido muito a Deus por isso), ouviu vaias ao ter apenas seu nome citado pelo governador. As vaias ao prefeito podem ser atribuídas ao fato das denúncias de nepotismo com inúmeras contratações de parentes em cargos de comissão e problemas com a justiça no encalço de seu mandato, anulando licitações com indícios de irregularidades, incluindo a contratação por quase R$ 1 milhão de reais, do laboratório do próprio irmão.
A verdade é que os protestos que ecoaram por meios de comunicação de todo o Estado, coloca em xeque a importância desse “apoio” nas eleições municipais de 2020. Com a repercussão do caso, é certo que o medo do suporte político se tornar mais uma âncora para afundar de vez a campanha eleitoral de seus correligionários é real e começa a ser vista com maus olhos na cidade.