As duas pontes de madeira que foram atingidas pelo fogo, na região do Pantanal, serão erguidas novamente, em caráter emergencial. A fase contratual, entre a empresa que fará o serviço e a Agência de Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), deve ser concluída já nas próximas duas semanas. A previsão de término da obra, para ambas, é de aproximadamente 120 dias, de acordo com a Agência. Serão investidos mais de R$ 2 milhões para a construção e restauração das estruturas.
Com 70 metros de extensão, a ponte construída sobre vazante, em Corumbá, na MS-228 (Estrada Parque) foi a primeira a virar cinzas, no dia 5 de agosto. A estrutura veio abaixo e um novo acesso terá que ser erguido por inteiro. Como se não bastasse, as queimadas destruíram também metade de outra ponte, situada sobre o Rio Naitaca, na divisa entre Porto Murtinho e Corumbá, próximo a MS-382. Dos 162 metros de comprimento, 80 metros viraram pó, no último sábado, dia 14. A distância entre as duas pontes é de 154 quilômetros em linha reta.
Durante os últimos dois meses, ao menos 704 mil hectares foram queimados no Pantanal do Mato Grosso do Sul, conforme levantamento elaborado pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ), em conjunto com o Corpo de Bombeiros do Estado.
Conforme o fiscal da Agesul, Adão Gonçalves Filho, um morador da região teria inicialmente conseguido apagar as chamas que estavam na ponte sobre o Naitaca. No entanto, ao retornar ao local minutos depois, percebeu que o incêndio havia se alastrado e tomado a estrutura. Moradores decidiram serrar a ponte para evitar que a destruição fosse total, como relatou o fiscal.
“Ele e outros moradores pegaram uma motoserra e serraram a ponte para não deixar que ela fosse inteiramente destruída. O que deu certo, porque 80 metros ficaram de pé”, disse Adão.
O diretor de Suporte e Manutenção Viária da Agesul, Mauro Rondon, explica que parte da ponte sobre o Rio Naitaca, que permaneceu de pé, poderá será restaurada e o restante reconstruído. Ele ainda salientou que a limpeza do terreno em torno das pontes tem sido rotineira e que o vento forte é que levou as chamas até o local. “O trabalho de manutenção é feito regularmente em todas as áreas. Dessa forma, sabemos que não havia matagal que pudesse contribuir com o avanço do fogo”, disse.
No início de agosto, as queimadas consumiram campos de fazendas na região do Pantanal, o que deixou um rastro de destruição. Áreas ficaram inteiramente queimadas. Medidas de combate ao incêndio foram lançadas. Mas só com a chegada da chuva, nessa semana, que a situação ficou controlada, segundo o Corpo de Bombeiros.